Satte Alam é a mais tradicional concessionária Ford da região. Foi onde adquiri meu carro atual (e quase todos os outros que já tive). O dono dessa empresa, o Cacá, é um "turco" que suscedeu o pai e o tio dele na "lojinha" da família, sempre comprando, vendendo, consertando veículos e, de quebra, fazendo todo tipo de negócio envolvendo "dinheiro" (se é que me entendem...). Lá sempre foi possível levar o último modelo da linhagem do velho Henry Ford sem muita cerimônia, ou seja, da forma como se comprava antigamente na venda da esquina, de caderneta. Dá-se um cheque, depois troca-se esse cheque por outro e, assim, até que a dívida seja saldada (ou, antes disso, renegociada, levando-se outro automóvel, novinho, de roldão).
Desde que funcionava aqui no centro, a oficina do Satte Alam sempre primou por um atendimento muito "particular", através de um grupo de funcionários com longuíssimo tempo de casa. Por conta da minha renitência com os Ford, há muito passei a ser tratado por eles como quase mais um da tal casa. Ao chegar já me integrava no debate sobre o futebol local e, muitíssimas vezes, dei "consultas" sobre os mais variados assuntos "jurídicos" (incluindo questões trabalhistas, previdenciárias, de guarda de menores ou, até, policiais).
O procedimento, fraternal e desburocratizado, nem sempre resultava em um conserto bem feito, é verdade. Mas nem dava para ficar brabo com isso. "Trás aí depois, que a gente vê!" era o antídoto contra qualquer eventual desgosto por causa de um trabalho mal feito ou incompleto. E depois se resolvia, sem sobressalto.
Hoje voltei ao Satte Alam para trocar um dos amortecedores da tampa traseira do meu carro.
De cara não encontrei os meus conhecidos recepcionistas. Um, segundo consta, está de "férias"; o outro foi trocado de função (agora é "testador" dos carros). Depois fiquei sabendo que, por exigência da montadora, a empresa local está em fase de adequação ao Padrão Ford de Qualidade. Resultado: muitos funcionários com dezenas de anos de casa tiveram de ser despedidos e outros estão em vias de seguir o mesmo destino. Agora tornou-se imprescindível o agendamento prévio do serviço, cadastro, liberação etc. Tudo de impessoal!
Quem me atendeu foi uma mocinha, que me avisou que o conserto do meu carro demoraria uns vinte minutos. Uma hora e meia depois ela me chamou, informando que o serviço estava pronto, me deu o preço e me encaminhou ao caixa, para o pagamento.
Quando eu retornava do caixa, no caminho, ela veio ao meu encontro e disse: "- Seu Aldyr, deu um probleminha no seu carro." E explicou que, quando foi manobrar, na oficina, "ninguém avisou que tinha outro carro atrás!". Em suma, amasssou a traseira do meu carro! Mas ressaltou que eu não me preocupe, pois o conserto vai ser feito sem custos para mim! Basta que eu o agende...
Preferia o velho Padrão Cacá de Falta de Qualidade!
Nenhum comentário:
Postar um comentário