Circula na Internet um texto, sem autoria indicada, que dá conta da existência, em uma cidadezinha do interior do Arizona, nos Estados Unidos, de uma "cadeia-acampamento", dirigida pelo Sheriff Joe Arpaio. O dito cujo - que já teria sido reeleito para esse cargo várias vezes - aparece em uma das fotografias que ilustram a "preciosidade". É um velho caipira, que se gaba de ser republicano (figura que lembra os policiais trapalhões e corruptos Roscoe P. Coltrane e Elroy P. Lobo, respectivamente desmoralizados nos antigos - e ótimos - enlatados "Os gatões" e "Xerife Lobo". Ele dirige a tal prisão, que fica no meio do deserto, sob fortíssimo calor, sendo constituída de tendas de lona, cercadas por arame farpado e guardas. Orgulha-se de ter retirado qualquer regalia aos presos e de forçá-los a, em chain gangs (acorrentados), trabalhar em estradas, em construções etc. Cortou tv a cabo (exceto canais de previsão do tempo e de desenhos animados), cigarros, livros, revistas e até o café. Além do tradicional fardamento listrado, os presos são obrigados a usar roupas de baixo cor-de-rosa.
Consta que, a título de argumento, diz: "Nossos soldados estão no Iraque onde a temperatura atinge 50° C, vivem em tendas iguais a vocês, e ainda têm de usar fardamento, botinas, carregar todo o equipamento de soldado e, além de tudo, não cometeram crime algum como vocês. Portanto, calem a boca e parem de reclamar".
O texto conclui (com a sapiência de um gorila), que "se houvessem mais prisões como essa, talvez o número de criminosos e reincidentes diminuísse consideravelmente", pois "criminosos têm de ser punidos pelos crimes que cometeram e não serem tratados a pão-de-ló, tendo do bom e melhor, até serem soltos pra voltar a cometer os mesmos crimes e voltar para à vida na prisão, cheia de regalias e reivindicações". "Muitos cidadãos honestos, cumpridores da lei, e pagadores de impostos não têm, por vezes, as mesmas regalias que esses bandidos têm na prisão."
Culmina com a informação de que toda a baboseira foi extraída de um documentário da televisão americana e, por fim, propõe que "se achar que é uma boa ideia", o leitor ajude a divulgá-la (repassando o e-mail a seus conhecidos).
Hoje, no glorioso "Domingão do Faustão", o ex-obeso apresentador entrevistou um idiota que deve ter achado boa a tal ideia. O sujeito foi até a prisão norteamericana e conversou com o xerife Joe. Mostrou as imagens que fez no local e respondeu às óbvias perguntas formuladas a ele no palco, entre um "ô loco, meu!" e outro. Logo em seguida o auditório foi consultado e opinou favoravelmente à iniciativa do "delega yankee".
Cá comigo fico matutando: nós, aqui no Brasil, deveríamos observar seriamente o exemplo, essa proposta nazista-light de colocação de gente em neo-campos de concentração. Também seria de bom-tom lançar mão de trabalho escravo, numa releitura contemporânea do Antigo Testamento. Afinal, chega de tratar "a pão-de-ló" os nossos delinquentes! Não é possível continuarmos a fornecer-lhes tudo "do bom e do melhor", em instalações formidáveis, com cama, comida de primeira e roupa lavada. A tv a cabo que nossos convictos estão assistindo nas penitenciárias verde-amarelas está saindo muito caro para "os contribuintes"! Roupa fúcsia neles!
PS: nos presos, não nos contibuintes...
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