terça-feira, 27 de novembro de 2012

Até que nem tão esotérico assim


Segundo os esotéricos, a aparição de um pássaro dentro da casa da gente pode ter dois significados: se for um pássaro pequeno e preto é mau presságio, um agouro, possivelmente o anúncio de morte de pessoa muito próxima; se, ao contrário, o pássaro for grande e colorido, significa que a casa receberá, em breve, uma visita inesperada, muito agradável.

Ontem, de manhã, pela janela da lavanderia aqui do nosso apartamento, entrou um pica pau, como esse aí da ilustração. Grandão, com bico e garras poderosas. Corpo coberto de penas "sal-e-pimenta" e asas negras, com detalhes brancos. Ah, na cabeça aquele belíssimo topetão vermelho do Woody Woodpecker!

Ficou acuado um pouco atrás de um botijão de gás. Depois, deu uma revoada pela pequena peça, debateu-se contra as paredes e, finalmente, atinou ganhar o céu através da janela aberta. Posou adiante, na chaminé de uma churrasqueira do prédio vizinho, e ficou me olhando.

Que venha a visita (que agora, por conta do pica pau, já não será inesperada).   

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Voltando à vaca fria

Não foi a posse do Joaquim Barbosa na presidência do STF. Também não foi a reaparição do sumido Belchior em Porto Alegre. Nem, tampouco, a possibilidade de finalmente se desvendar como Rubens Paiva foi morto pela Ditadura. Nenhum desses assuntos foi tão comentado nas redes sociais nos últimos dias como a ninfoplastia a que Geisy Arruda se submeteu para correção dos pequenos lábios de sua vagina. Conforme o site Terra, o alvoroço começou quando Geisy tornou pública sua... cirurgia, dizendo, no Twiteer, "não quero que o mundo acabe e eu tendo uma couve-flor no lugar da vagina!”.

Como se vê (via!), os
pequenos lábios da vagina de Geisy
estavam tão grandes que já
causavam constrangimento à moça,
inclusive na hora do banho de mar
Confidenciou ao mundo, a mocinha: “na verdade eu tinha uma relação muito conturbada com a minha vagina. Era algo que me incomodava muito, eu tinha muita vergonha. Sempre foi assim mas eu nunca tinha reparado, então comecei a ver a de amigas e reparar que eu era diferente”, acrescentando, ainda, que seu desconforto era maior ao vestir roupas apertadas e, especialmente, entre quatro paredes. “Na relação o que mais me constrangia era o sexo oral, era algo que eu não deixava fazer em mim, tinha vergonha de que o meu companheiro percebesse esse exagero nos lábios. Isso me atrapalhava muito. Não tinha preliminares, era uma coisa que eu pulava”, recorda.

Aproveitando a nova onda,
Geisy quer lançar no mercado
"lembrancinhas" de sua
véia perchereca
 "Vai bombar", segundo ela. 
Geisy está contente com o resultado da intervenção: “Essa cirurgia trouxe para mim uma libertação. Esteticamente está muito mais bonito, e também posso usar a roupa que eu quiser”, reconhecendo, no entanto, que da parte sexual ainda não pode falar. “Eu brinco que estou na seca esse ano e só vou ‘voltar’ no ano que vem. Brincam comigo que eu tenho que leiloar, pois agora está seminova”, conta.

O apelido “couve-flor” ficou no passado. Geisy está agora "aberta" a sugestões. “Borboleta, flor de laranjeira, botão de rosa”, já foram apresentados, conta.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

sábado, 17 de novembro de 2012

Meninos do Brasil

Ira Levin escreveu Os  Meninos do Brasil, livro que em 1978 foi levado às telas com roteiro do próprio autor (e de Heywood Gould), com direção de Franklin J. Schaffner. Lawrence Olivier faz o papel do velho Ezra Lieberman, um judeu caçador de nazistas (claramente inspirado em Simon Wisenthal). Ao longo do filme, Lieberman descobre que a Kameradenwerk (rede de apoio aos oficiais nazistas no pós-guerra) estava pondo em prática um antigo projeto do alto escalão do Partido Nazista, cujo objetivo era realizar a reprodução de Hitler, por meio de experiências realizadas com suas células congeladas e com óvulos de mulheres parecidas com sua mãe. Muito antes de se ouvir falar na ovelha Dolly, a experiência previa não apenas a clonagem de Hitler, mas a doação dos "pequenos Hitlers" a casais dotadas de características próximas às dos do Füher, assim como a reprodução de todo o seu contexto familiar e dos principais acontecimentos que marcaram sua juventude.

Ira Levin, ao escrever esse livro e roteirizá-lo, posteriormente, para o cinema, jamais poderia imaginar que, muitos anos depois, no sul do Brasil, clonezinhos de Adolf Hitler efetivamente apareceriam, dando ares de profecia à sua obra.
A imprensa vem noticiando que dois jovens estudantes de Caxias do Sul, Cibele Bumbel Baginski e João Manganeli Neto, estão à frente de um movimento que busca a "recriação" da ARENA (Aliança Renovadora Nacional), o partido que serviu de sustentação política ao regime ditatorial entre 1966 e 1979.
Pelo estatuto da neo-ARENA, recentemente divulgado por eles, o partido "possui como ideologia o conservadorismo, o nacionalismo e o tecno-progressismo, tendo para todos os efeitos a posição de direita no espectro político" atribuindo a um "conselho ideológico" o poder de deliberar acerca da formação de correntes e tendências internas. Prevê, como ideário, a luta "contra a comunização da sociedade e dos meios de produção" vedando, peremptoriamente, coligações com siglas de orientação comunista ou de "vertentes marxistas".
Propõe a privatização do sistema penitenciário, a abolição de qualquer sistema de cotas, a aprovação da maioridade penal aos 16 anos, o retorno das disciplinas de moral e cívica e latim ao currículo escolar, a retomada do controle de estatais fundamentais à proteção da nação e o reaparelhamento das forças armadas.
A criação de grupos de extermínio fica para uma segunda etapa.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Branqueou o olho da gateada


Para branquear a coisinha à toa,
banho de assento com Q-Bôa!
A perchereca fica clarinha, sim.
O problema é a dor nos rim!


Em um domingo desses a Zero Hora brindou-nos com interessantíssima matéria cujo título é "Vaidade íntima", tratando do importante fenômeno que assola a... Tailândia.

Lá, conta o texto, as mulheres optaram pela prática do clareamento vaginal, através do uso de um novo produto que promete deixar as partes íntimas “mais claras em quatro semanas”.

Na Tailândia, aprende-se, "a pela clara é associada à oportunidade, sucesso e status", razão pela qual "produtos que prometem despigmentar o rosto, corpo e axilas já estão disponíveis em todo o país, como pílulas de branqueamento de pele e suplementos dietéticos para atingir as áreas que os cosméticos deixam de fora", porém "é a primeira vez que os procedimentos para as partes íntimas atingem o mercado tailandês".

Executivos do ramo dos cosméticos dizem que "a novidade foi recebida com grande sucesso", pois na Tailândia, como em outros países do sudeste da Ásia, "a pele mais clara tem sido equiparada à classe mais elevada, uma vez que descreve uma vida não desperdiçada labutando em arrozais sob o sol".

Tal "tendência", que promete "manter as partes íntimas frescas e jovens por mais tempo" vem, contudo, sendo "associada a vários riscos de saúde devido à quantidade de ingredientes como o mercúrio em alguns produtos, que podem levar à descoloração permanente da pele ou danos nos rins".

O discreto charme da burguesia


O Diário Popular de hoje traz, no caderno Zoom, a seguinte "crônica social" assinada por Flávio Mansur:


"A liderança, a dedicação e o prestígio de Maria Rita Sampaio foram ingredientes fundamentais para coroar a comemoração do último sábado, quando a Associação dos Amigos do Museu da Baronesa promoveu noite black-tie para celebrar os 200 Anos da Princesa do Sul, num baile que reuniu toda Pelotas importante e nomes de peso da sociedade gaúcha, paulista e carioca, no centenário salão nobre da Bibliotheca Pública Pelotense.

Iluminação cênica para valorizar a bela arquitetura do palacete, candelabros em prata, arranjos em astromélias, momento artístico com Rafaela Wrege e Liziani Rotta, duas bandas para animar às danças, mesa de antepastos, cocktail e prato quente do buffet de Irene Vianna e mesa de doces de Ana Menna Barreto e Mauren Behrensdorf.

O prefeito Adolfo Fetter Júnior e o eleito Eduardo Leite fizeram uma rápida saudação, e juntamente com Leila Fetter e a vice prefeita eleita Paula Mascarenhas, abriram a valsa comemorativa pelo bicentenário.

A anfitriã, Maria Rita Sampaio, com seu porte privilegiado, estava muito bonita e chique num longo em tafetá rubi. A figura feminina mais luxuosa era seguramente a grande dama da sociedade porto-alegrense, Adulce Zaffari, que além de ser uma mulher muito bonita, estava simplesmente elegantíssima num longo em renda francesa, com transparência nas mangas e no corpo, da estilista Marthinha Fitchnner e complementando com joias espetaculares em pérolas e diamantes. Ainda na relação de elegantes da noite destaque para Dulce Issler Ferreira, em azul royal, Patrícia Penteado, em verde esmeralda e Márcia Wrege Karam, em beringela, da griffe Marlene Brandão, by Via Condotti, Anna Luiza Quinto di Cameli (num preto com joias de família em brilhantes), a beleza de Carmen Cecília Riemke, Maria da Graça Coelho (sempre bonita e atraente), Nina Kessler (em dourado, de Rui Spohr), Mirna Yepsen (em renda preto e branco), Idília Leonardo, Ana Menezes, Elaine Corvello formaram um trio charmoso usando modelos da Ônix, Suzana Salim e Adriane Metidieri, ambas de Marlene Brandão, eram também figuras notadíssimas."


No petit comité foram notadas as ausências de Dona Teresa e de Dona Silvia, aquelas duas senhoras negras que durante a recente campanha eleitoral pareciam tão íntimas do (então) candidato Eduardo Leite. A elas, lembro, Dudu prometeu acabar com o fedor que reina no local onde moram, a Vila Farroupilha. Parece, no entanto, que ao futuro prefeito o fedor da burguesia - aquele cantado pelo Cazuza -  não incomoda.

Vomitei!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O significado da vitória de Obama (por Juremir Machado da Silva*)

Os americanos não brincam com coisas sérias.

Para eles, ideologia é artigo de primeira classe.

Por lá, ninguém diz asneiras do tipo “as ideologias acabaram”. Direita e esquerda são palavras corriqueiras, descritivas e incontornáveis. Os republicanos representam a direita. Os democratas, a esquerda, ainda que uma esquerda moderada.

Com americano não tem conversa fiada, enrolação e dissimulação… É ferro na boneca. Romney teve os votos de 60% dos brancos. Obama ganhou com votos de latinos, homossexuais, negros e outros grupos discriminados. Esses são os critérios de divisão da sociedade. Não tem discurso universalista fake capaz de esconder essa fratura social. É na lata. Na bucha.

No Brasil, essa divisão se repete com algumas adaptações. A direita é contra aborto, casamento gay, cotas, etc. Essas bandeiras eram do PP e do DEM, filhotes da ARENA, netos da UDN. Algumas delas passaram a ser do PSDB, que, nascido de centro-esquerdo, guinou, em certos temas, para a direita e até para extrema-direita, tornando o partido dos lacerdinhas, a UDN com gel no cabelo e muito ódio no coração, um partido que se crê à frente por se posicionar atrás do seu tempo.

Nem todo tucano, contudo, é reacionário. Cada partido tem um mote, uma maneira de se ver: o PSDB se vê como o partido da racionalidade e da modernidade. Era um gancho sensacional. Aos poucos, em busca de foco e de nicho eleitoral, tornou-se o “tea party” tropical, uma espécie de sucursal do ultraconservadorismo republicano, uma exacerbação ideológica do udenismo.

O PT se vê como o partido dos engajamentos sociais. Mas perdeu em republicanismo com o mensalão. O PMDB já não se olha no espelho. O PDT flutua sem saber para onde quer ir. O DEM é um fantasma em busca da reencarnação.

A eleição americana mostrou um embate entre o velho e o novo.

Pela primeira vez, um candidato não teve medo de perder votos conservadores e defendeu o casamento gay.

No Brasil, os marqueteiros mandam os candidatos esconderem posicionamentos polêmicos. O que pode ser novo é jogado para baixo do tapete. O diferencial é apagado, raspado, eliminado. Todo marqueteiro tem alma de conservador.

Neste blog, com pseudônimos ou não, há representantes do tea party. Todos os dias, incansavelmente, repetem os mesmos insultos, o mesmo discurso rastaquera, o mesmo besteirol ressentido e babando raiva ideológica, quase fascista, certas vezes, sempre simplista, pessoal, dicotômico, maniqueísta, um time melancólico de espíritos mesquinhos e obcecados.

Eu os projeto não os publicando para que não sejam expostos ao ridículo ou para evitar calúnias e difamações.

Vez ou outra, deixo passar algo em nome do humor.

São engraçados, virulentos, dignos de pena.

Defendem um mundo em decadência ou a decadência como mundo.

Usam uma retórica macartista, achando que sou petista, comunista ou marxista, esses rótulos do século XX, por não compartilhar seus pontos de vista anacrônicos e feios. É aquele tipo de gente que dissemina falsas notícias na internet: Forbes diz que Lula é bilionário, Dilma ficou com o cofre do Ademar para ela, essas lorotas de mentes atormentadas e tristes.

É o pessoal que odeia Cuba, não tanto pela ditadura, mas por ter tentado criar igualdade.

É aquele pessoal que quer cidadãos armados, prisões transbordando, um policial a cada 50 metros, mulheres pobres esterilizadas, jovens de classes desfavorecidas formados só em cursos técnicos, universidades para elites, ajuda estatal exclusivamente para produtores, banqueiros e ruralistas. É a turma que, apesar das nossas prisões abarrotadas, garante que há impunidade no Brasil, embora cometa todas as infrações de trânsito possíveis, faça seus contrabandos e tente sonegar um dinheirinho no imposto de renda.         

Eu os perdoo. Mas como são chatos, repetitivos, doentios, cansativos.

Que malas!

*Texto postado pelo autor em http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado

Autógrafo


Li ontem, no Diário Popular, que no final da tarde o jornalista carioca Mário Magalhães estaria autografando seu livro "Marighella - o Guerrilheiro que Incendiou o Mundo". Interessado pelo livro, fui lá na banca da Vanguarda e comprei o grosso volume (mais de 700 páginas), editado pela Companhia das Letras. Depois, por insistência da Fernanda, acabei indo pedir autógrafo ao autor (só porque ele estava praticamente sozinho, enquanto ao lado, uma longa fila aguardava que o Nauro autografasse o seu "Náufrago de um Mar Doce"). Ao ver meu nome escrito naquela tradicional tirinha "evita constrangimento", perguntou-me: "Schlee? O que você é do Alexandre?" Que surpresa, o escritor conhecia meu primo Alexandre, de quem - na juventude - foi colega de aula no Assis Brasil! E se lembrava dos meus outros primos, irmãos do Alexandre. Contou-me que, durante o tempo que morou nesta cidade, morava perto da Cohabpel e que, embora Flamenguista (contradição das contradições!), torce também pelo Pelotas. 


Através do Ombusman Folha apurei que ele nasceu no Rio de Janeiro em abril de 1964. Formou-se em jornalismo na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ). É jornalista desde 1986. Trabalhou na "Tribuna da Imprensa", em "O Globo" e "O Estado de S. Paulo" antes de ingressar na "Folha de São Paulo", em 1991. Na Folha, foi editor-assistente do "Folhateen", repórter, editor-assistente e colunista de Esportes, repórter da Sucursal do Rio e repórter especial. Deixou o jornal em 2003 para escrever a biografia do guerrilheiro Carlos Marighella (1911-69), livro lançado pela Companhia das Letras. Voltou em 2006 como repórter especial, baseado no Rio. Entre prêmios e menções honrosas, recebeu duas vezes o Prêmio Folha de Reportagem, duas vezes o Prêmio da Sociedade Interamericana de Imprensa, o Grande Prêmio Esso de Jornalismo, o Prêmio Lorenzo Natali (da União Européia), o Prêmio Vladimir Herzog, a Medalha Chico Mendes de Direitos Humanos e o Prêmio Direitos Humanos-RS. É co-autor, com o fotógrafo Antônio Gaudério, do livro de reportagens "Viagem ao País do Futebol" (DBA-1998) e autor do livro-reportagem "O Narcotráfico" (Publifolha-2000).

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

USA

Obama, vai para Ohio que te parta! 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Leilão

O japonês identificado como Natsu, que arrematou a virgindade da brasileira Ingrid Migliorini, a Catarina, tem 53 anos e vive em Tóquio. A informação foi confirmada pelo diretor do documentário Virgins Wanted, o australiano Justin Sisely, que promoveu o leilão encerrado na semana passada. "Ele (Natsu) tem uma quantidade enorme de dinheiro e não quer ser descoberto", comentou Sisely.

Natsu vai viajar à Austrália para ter relações sexuais com Catarina, porque ele não gostaria de ter uma equipe de filmagens acompanhando sua rotina diária, em sua terra natal. "É compreensível", avaliou Sisely. Mas o diretor do documentário pretende gravar imagens e entrevistas dos parceiros e dos virgens - além de Catarina, a primeira vez do russo Alexander Stepanov foi leiloada -, antes e depois da primeira vez, mesmo que seja preciso esconder os rostos dos compradores.

A intenção de Sisely é promover um jantar para que os parceiros possam se conhecer e conversar, antes do ato sexual.

Natsu, preservando sua verdadeira identidade
(e fazendo propaganda enganosa a respeito do seu "Robô Gigante").
Falando a respeito, Natsu - malandrinho que é - já adiantou à imprensa sua estratégia para quebrar o gelo com a inexperiente Catarina: durante o jantar, pedirá a ela que enfie a mão no bolso de sua calça, fazendo com que a moça apalpe aquela coisica. Daí, empolgado, o jocoso milionário esclarecerá: "É um drops! E tá melado!".

Esses japas são uns pândegos!