quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Parafraseandudu

Meu nome é
BIPOLAR FLEXÍVEL,
mas pode me chamar de
BIPOLAR.

Tenho a impressão que o bordão do Eduardo Leite tem a ver com aquela piada antiga, do gaúcho de Bagé, que ao se apresentar, diz: " - meu nome é João Gaudêncio, mas pode me chamar de Odete." Êpa! 

Candidatos

Logo que o TRE a publicou, recebi do meu pai cópia impressa da relação dos "nossos" candidatos a vereador. Por isso, antes mesmo desse pessoal passar a desfilar no horário da propaganda gratuita no rádio e na televisão, já tinha certa familiaridade com eles, percebendo o quanto aumentou o número de figuras excêntricas a postular uma cadeira no legislativo. Efeito Tiririca, talvez. 

Com a ajuda da Fernanda, fiz uma classificação desses candidatos extravagantes, que começa pelos que têm designação nada mais do que singela. São a Fran, o Biga, o Pablito, o Seu Zé, a Cema, a Tia Chica, a Gabi, o Billi, o Lipi, o Lelei e a Taty. Devem esperar os votos dos familiares, talvez dos amigos próximos.

Já a segunda leva é composta pelos que buscam receber sufrágios de eleitores a quem atenderam, prestaram serviços: o Elsinho da Saúde, a Leila da Rádio Concórdia, a Maria do Sanep, a Empreguete, a Nóris das Matrículas, o Claudinho Mototáxi, o Toninho da Rodoviária, o Pastor M. Garcia, a Catadora Mariza, o Delegado Mazim, o Professor Gustavo, o Toninho do Cartório, o Instrutor Claudinho, o João da Feira, o Nilton Pescador, o Detetive Barcelos, o DJ Rui Jordão, a Janete das Balas, o Marcelo da Rei da Construção e o Mestre Puma.

Outros, ao que parece, querem se eleger com a votação da vizinhança: o Beto da Z3, o João do Mato, o Zé da Praia, a Beth do Fragata, a Mara da Praia e o Jorginho do Bafo.

À parte, encontram-se os que sonham com a Câmara em razão de se distinguir fisicamente dos demais: o Baixinho da Getúlio, o Boca, o Leandro Foguinho, o Barriga, o Montanha, o Banha, o Eduardo Cabeça, o Alemão Júlio, o Crizel Bebezão e a Preta Dri.

Tem os frutas: o Melancia e o Goiaba; tem os palhaços assumidos: o Fala Bagaceira, o Cláudio Palhaço, o Bebé e o Palhaço Poeirinha; tem os muitos estranhos: o Surdina, o Casaco, o Thiago Tá Ligado, a Santinha e o Catapora. E os que afrontam a língua: o Pantalhão, o Vilmar Eletrecista, e o Jari do Gáz.

Com toda certeza não são melhores, nem piores, do que os outros, seus colegas de listagem, que não se apresentam com nomes esquisitões. O assunto mereceria um estudo sociológico. Na falta de capacidade para tanto, reproduzo abaixo a crônica "Tô focado", do Luis Fernando Veríssimo, publicada na Zero Hora de segunda-feira passada, que traduz com perfeição o que penso sobre o tema.


"Tô focado"


Como a matéria do Universo, uma carreira política também se forma do nada. Há casos de vocações políticas claras — líderes comunitários com credenciais indiscutíveis para pleitear cargo eletivo, por exemplo — mas em muitos outros casos quem pede votos para começar uma carreira política só tem, como credencial, sua vontade — e sua coragem.

Daí esse patético desfile de candidatos no horário eleitoral, com poucos segundos para se apresentar ao eleitor, tentando arrancar do nada uma justificativa para querer entrar, ou continuar, na política. É fácil fazer pouco de candidatos folclóricos que buscam desesperadamente se destacar dos outros com um apelido ou um slogan pitorescos (lembro de um gordinho que só ficava sorrindo para a câmera enquanto aparecia na tela sua razão para estar ali: “Bom filho”) ou, sem nenhum jeito para aquilo, explorando a notoriedade alcançada em outra atividade, como o futebol.

Mas não se queixe. O que você está vendo é a democracia no seu estágio primitivo, ainda na forma gasosa que precede a criação. E os folclóricos podem surpreender. O Tiririca eu não sei, mas o Romário se revelou um bom e ativo congressista.

Numa eleição passada, numa cidade do interior, um candidato fez campanha com uma única frase. Era um fotógrafo que ganhara uma boa reputação na cidade retratando a sociedade local — reuniões de família, formaturas, debutantes, etc — e decidira ser vereador. Seu slogan era “Tô focado”. A frase aparecia em cartazes e banners do candidato e ele a repetia em comícios — “Tô focado! Tô focado!” — querendo dizer que estava concentrado nos problemas da cidade, que enquadraria, na câmara de vereadores, como enquadrava seus retratos na câmera fotográfica.

Gastou todo o seu dinheiro na campanha, mas perdeu a eleição. E o pior é que depois não faltaram pichadores que percorreram a cidade fazendo pequenas alterações na frase “Tô focado”, entre o “fo” e o “do”, impiedosamente.

Apesar dos desgostos e do ridículo não existe outra maneira de a democracia começar a não ser nesse nível, com o risco de elegermos palhaços e apenas bons filhos. Sempre há a esperança que, no cargo, eles se mostrem bem focados..

sábado, 25 de agosto de 2012

Félix



   1970 é um marco na minha vida. Foi o ano em que eu descobri uma paixão: o futebol. Afinal, com quase dez anos de idade, vi - nas imagens preto-e-branco da televisão, ao vivo, o Brasil vencer a Copa do Mundo do México. Nesse mesmo ano comecei a colecionar a Revista Placar e, nas suas páginas, acompanhei a trajetória vitoriosa do Fluminense na Taça de Prata, precursora do Campeonato Nacional, que teria início somente no ano seguinte. 
  Tenho até hoje, na ponta da língua, a escalação da fantástica seleção do "tri", que alinhava Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gerson e Rivelino; Jairzinho, Tostão e Pelé. Da mesma forma, minha memória jamais descartou o timaço do tricolor carioca de 70, que tinha Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antônio; Denilson e Didi, Cafuringa, Flávio (Mickey), Samarone e Lula.
   Ambos os esquadrões começavam por um grande goleiro: Félix Mielli Venerando, por isso por mim, guri, considerado "o goleiro". Félix começou no Estádio Conselheiro Souza, passou pela Rua Javari, depois pelo Canindé e se consagrou, definitivamente, nas Laranjeiras (tendo defendido a Seleção Brasileira em 38 oportunidades).
   Morreu hoje um dos últimos míticos goleiros que não usavam luvas.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Vacinado

      Perguntado por que, inverno e verão, não tira do ombro aquele cobertorzinho, o cantor Joca Martins esclareceu: 
"É aí que eu me resfrio!"

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Plantão de polícia

       Desde o dia 23 de maio Paolo Gabriele encontra-se cumprindo prisão domiciliar no Vaticano. Gabriele será levado a júri popular sob a acusação de, enquanto mordomo do Papa, ter "vazado" informações confidenciais sobre o patrão. Também é acusado do furto de um singelo cheque de 100 mil euros e de uma reluzente pepita de ouro que o pontífice havia recebido como presentes. Pode pegar uma pena de um a seis anos de cana, ficando eventual perdão a critério da Santidade.
       Como diz o velho ditado: "ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão".

Finalmente o Papa Ben Cartwright
acabou entregando o ouro para o bandido

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Elementar...


     Encerraram-se as Olimpíadas de Londres. As Olimpíadas que a Rede Globo cobriu como se fossem os Jogos Abertos de São Paulo. Eu, espírito de porco, cheguei a desejar que alguma coisa desse errado na organização dos jogos no "Primeiro Mundo". Que nada! Tudo saiu perfeito, às mil maravilhas. A festa foi linda, com grande participação popular desde a abertura até a extinção da pira. único senão foi a participação brasileira (em nome do Rio de Janeiro) na festa final. Não merecíamos ser representados por uma Marisa Monte sem voz, por um dublê do Chico Science e por um falso malandro, o tal de Seu Jorge. Ah, nem por índios de neon ou por ritmistas sob tamborins gigantes de péssimo gosto. A propósito, quem era a "famosa modelo internacional" que se fez presente ao centro do estádio, totalmente desajeitada?
     Quanto aos jogos, propriamente ditos, tomei um fartão. Todos os dias, desde cedo, ligava a tevê na Record ou na Band Sports para acompanhar insólitas disputas de judô, taekendô, boxe, vela, ginástica disso e daquilo, remo, canoagem, ciclismo, tênis de mesa, arco-e-flecha, tiro de tudo que é jeito... e vôlei, basquete, handebol e, até, futebol.
     Gostei. Consigo me envolver, torcer mesmo, em qualquer disputa. Às vezes até choro, especialmente quando o vencedor é o representante da República Dominicana, do Gabão, do Azerbadijão. Também pulo de alegria quando a Jamaica tripudia sobre os Estados Unidos nas provas mais rápidas do atletismo. Viva Bolt e a turma verde e amarelo do Caribe!
     Não acho que o Brasil tenha ido mal. Somente o futebol mais uma vez decepcionou. E não foi só porque perdeu para o sub-23 do México na final. Decepcionou porque jogou contra ninguém durante todo o torneio e nunca mostrou um mínimo de qualidade que nos fizesse acreditar que ganharíamos a medalha de ouro (uma obrigação, nas circunstâncias) com sobras. Perdemos porque nosso time é ruim, com alguns jogadores fraquíssimos e outros que foram supervalorizados, não passando de novos Diegos e Robinhos, comandados por um bobalhão, que perderá o posto tão logo retorne ao Brasil. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

De malas prontas para fazer resgate (por Joice Bacelo*)


     Ele já passou a virada do ano em um Boing somente com a equipe de bordo, da Espanha até o Brasil. Recebeu uma ligação que o fez largar a ceia de Natal 15 minutos antes de o relógio marcar a meia -noite do dia 25 de dezembro. Está sempre com as malas prontas. Isso porque de casa até qualquer parte do mundo onde houver acidente com derramamento de óleo, Rodolfo Silva tem 24 horas para chegar. Aos 48 anos, o veterinário que vive no sul do Estado participa desde 1995 dos grandes desastres, com uma única meta: salvar o maior número possível de animais marinhos.
     Além de coordenar a equipe do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) em Rio Grande, Rodolfo Silva, ou Neneco como é conhecido no meio, é membro da equipe internacional de Resgate de Animais Selvagens em Contingências do Fundo Internacional para a Proteção dos Animais e seus Habitats (Ifaw - uma das três maiores ONGs ligadas ao meio ambiente  do mundo, que tem 2 milhões de contribuintes) e também da equipe de Resgate de Aves Aquáticas em Derramamentos de Petróleo do International Bird Rescue. No Brasil, responde pela coordenação de qualquer ação de resgate que envolva acidentes causados pela Petrobras.
     O currículo é fruto da paixão pela vida marinha, que por muito tempo passou longe do pensamento de um veterinário que trabalhava como técnico de ginástica olímpica e administrava a fazenda da família. Era essa a vida de Neneco até o dia em que soube do diagnóstico de câncer da mãe, que duraria no máximo 10 meses. Foram oito, do comunicado até a morte.
     -  Pensei, e se me dão oito meses de vida, o que eu fiz até agora? Esse momento coincidiu com o dia em que eu vi um vídeo muito legal sobre leões-marinhos. esse vídeo que me fez pensar na vida de um animal marinho, que me fez procurar o museu oceanográfico da Furg, trabalhar como voluntário na alimentação dos bichos, até que deparei com 77 pinguins sujos de óleo - lembra Rodolfo,
     Como não sabia como ssalvar os pinguins, entrou em contato com uma ONG da África do Sul que trabalhava com animais marinhos há 25 anos. Conseguiu o custeio das passagens, alimentação e hospedagem. Em troca: precisava estar em 48 horas no local, havia 1,2 mil pinguins sujos de óleo. Passou um mês na África, aprendeu, tornou-se membro de uma equipe de resgate internacional e retornou ao Brasil para ajudar a implantar o Cram.
     No ano de 2000, coordenou a maior ação de resgate de animais marinhos do mundo. Também na África do Sul, 20 mil pinguins sujos de óleo e 90% dos animais salvos. Hoje, a dedicação aos animais é exclusiva. A qualquer hora, para qualquer chamado está à disposição.

*Matéria publicada na Zero Hora de ontem. Com o Neneco não tem erro: lavou, tá novo.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Virou zona


Primeiro foi o Lanterna Verde.
Depois, a Mulher Maravilha mandou construir um portal grego na entrada da Sala da Justiça.
Agora, Batman e o Aranha...