Ele já passou a virada do ano em um Boing somente com a equipe de bordo, da Espanha até o Brasil. Recebeu uma ligação que o fez largar a ceia de Natal 15 minutos antes de o relógio marcar a meia -noite do dia 25 de dezembro. Está sempre com as malas prontas. Isso porque de casa até qualquer parte do mundo onde houver acidente com derramamento de óleo, Rodolfo Silva tem 24 horas para chegar. Aos 48 anos, o veterinário que vive no sul do Estado participa desde 1995 dos grandes desastres, com uma única meta: salvar o maior número possível de animais marinhos.
Além de coordenar a equipe do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (Cram) em Rio Grande, Rodolfo Silva, ou Neneco como é conhecido no meio, é membro da equipe internacional de Resgate de Animais Selvagens em Contingências do Fundo Internacional para a Proteção dos Animais e seus Habitats (Ifaw - uma das três maiores ONGs ligadas ao meio ambiente do mundo, que tem 2 milhões de contribuintes) e também da equipe de Resgate de Aves Aquáticas em Derramamentos de Petróleo do International Bird Rescue. No Brasil, responde pela coordenação de qualquer ação de resgate que envolva acidentes causados pela Petrobras.
O currículo é fruto da paixão pela vida marinha, que por muito tempo passou longe do pensamento de um veterinário que trabalhava como técnico de ginástica olímpica e administrava a fazenda da família. Era essa a vida de Neneco até o dia em que soube do diagnóstico de câncer da mãe, que duraria no máximo 10 meses. Foram oito, do comunicado até a morte.
- Pensei, e se me dão oito meses de vida, o que eu fiz até agora? Esse momento coincidiu com o dia em que eu vi um vídeo muito legal sobre leões-marinhos. esse vídeo que me fez pensar na vida de um animal marinho, que me fez procurar o museu oceanográfico da Furg, trabalhar como voluntário na alimentação dos bichos, até que deparei com 77 pinguins sujos de óleo - lembra Rodolfo,
Como não sabia como ssalvar os pinguins, entrou em contato com uma ONG da África do Sul que trabalhava com animais marinhos há 25 anos. Conseguiu o custeio das passagens, alimentação e hospedagem. Em troca: precisava estar em 48 horas no local, havia 1,2 mil pinguins sujos de óleo. Passou um mês na África, aprendeu, tornou-se membro de uma equipe de resgate internacional e retornou ao Brasil para ajudar a implantar o Cram.
No ano de 2000, coordenou a maior ação de resgate de animais marinhos do mundo. Também na África do Sul, 20 mil pinguins sujos de óleo e 90% dos animais salvos. Hoje, a dedicação aos animais é exclusiva. A qualquer hora, para qualquer chamado está à disposição.
*Matéria publicada na Zero Hora de ontem. Com o Neneco não tem erro: lavou, tá novo.
Viva Rodolfo, o santo padroeiro dos pinguins.
ResponderExcluirUma biografia fantástica, uma missão para poucos, daqui a pouco na "National Geographic" mais perto de você.
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ResponderExcluirNeneco, O Lava Jato, em breve também lavando para a TAP.
ResponderExcluirSerá que o bom e velho Neneco não tem como salvar o Futmesa de seu querido sogro?
ResponderExcluirSe conseguir, será lembrado em todos os próximos contos Bíblicos...eh eh eh