segunda-feira, 30 de julho de 2012

Utilidade pública

Alô, alô, Rede Globo!
Bipolar Flexível informa que em Londres,
Inglaterra, Europa, Planeta Terra,
estão se realizando os Jogos Olímpicos...

quinta-feira, 26 de julho de 2012

As múmias brasileiras

Vinte e sete anos de serviços prestados ao Judiciário conferem "privilégios" como o que estou gozando neste frio mês de julho: trinta dias de licença-prêmio. Por conta desta folga, levanto-me tarde todos os dias, não faço a barba grisalha há semanas e me dou ao luxo de acompanhar de perto, no solzinho, as partidas de tênis do Pelotas Open que está acontecendo aqui pertinho, no Parque.

O prestigiado
"professor"
Ontem e hoje mudei um pouco essa minha deliciosa "rotina", assistindo na tevê a jogos dos torneios de futebol - feminino e masculino - das Olimpíadas. Parecia que nada poderia ser pior do que a pobreza técnica dos jogos de ontem, das mulheres, porém, hoje à tarde, nossos milionários cracks conseguiram protagonizar algo bem pior. Depois de largarem fazendo 3x0 em meia-hora de jogo, no segundo tempo quase entregaram a rapadura para o Egito, time fraquíssimo, de quinta categoria. Elevado à condição de gênio, Neymar foi a pior figura em campo, transparecendo uma empáfia sem precedentes. Ou melhor, sem precedentes não. O maior precedente é a própria cara do técnico Mano Menezes (que, não faz muito tempo, passou pelo Xavante sem deixar saudades).

Sobre as Olimpíadas, lê-se apenas comentários deslumbrados acerca de tudo que cerca os jogos. Claro, as disputas serão na Inglaterra. Assim, o fato de diversos locais de jogos ainda estar em obras ainda é tratado com toda a condescendência. Hoje mesmo, na Zero Hora, David Coimbra escreveu que "Os prédios estão prontos; o acabamento não. Ainda há homens martelando, serrando, polindo, lixando e empilhando, encaixando andaimes, aparafusando cadeiras. Mas são apenas os arremates. O principal está pronto há meses". Ah, tá. Está pronto ou não está?

Quando a Copa do Mundo foi na África do Sul, o tratamento geral não foi esse. Tudo era motivo para se transmitir a ideia de que a coisa não ia dar certo (embora tenha dado!). Da mesma forma, tudo que diz respeito à Copa e as Olimpíadas de 2014 e 16 é tratado no Brasil com a convicção vira-lata de que "os outros" fariam melhor. Ainda mais se os outros forem uns ingleses bacanas, por exemplo.

A África do Sul é aqui!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Olimpíadas

Começaram os Jogos Olímpicos! Quer dizer, começaram os jogos dos torneios de futebol dos Jogos Olímpicos antes mesmo da abertura desses jogos. Imaginem se isso fosse em Portugal (ou em Rio Grande)!!!!


E já de saída uma rateada gigantesca dos organizadores - Inglaterra, país do primeiríssimo mundo: colocaram no imenso placar eletrônico do estádio, ao lado dos nomes das jogadoras da Coréia do Norte (que enfrentariam as colombianas), a bandeira da arqui-inimiga Coréia do Sul. Fedeu! Ameaças das norte-coreanas de não jogar e até, da delegação do país se retirar das disputas.


Ah, durante o jogo França x Estados Unidos a transmissão da Record já começou com a velha babaovisse de sempre: "as americanas são favoritas", "as americanas já ganharam tantas medalhas de ouro", "a fulana é a melhor do mundo", "a sicrana é lindíssima". Só que alguém, lá pelas tantas, comentou que já há dois anos não existe mais a liga americana de futebol feminino, o que deixa as colegas do norte mais ou menos na condição das brasileiras, que estrearam com vitória de 5x0 contra as coitadas camaronesas. Apesar do placar, foi um jogo horrível (como toda partida de futebol feminino, aliás). As jogadoras - com raríssimas exceções - não têm mínima intimidade com a bola. É um festival de passes errados e de lances bisonhos.



Pelo bem do esporte, o futebol feminino deveria ter o mesmo destino do amiguinho que ilustra a página!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Elementar...

   A Zero Hora de domingo trouxe, na sua seção de esportes, três páginas contendo mais uma "reportagem investigativa" tão em moda. Tratava de dois torcedores, um do Grêmio e outro do Internacional, que, segundo o jornal apurou, embora "condenados" pela Justiça a não se fazerem presentes aos jogos de seus respectivos times pelo período de seis meses, estariam descumprindo essa "pena".

   Da leitura da matéria entende-se que, na realidade, porque se envolveram em brigas nos estádios da capital, os dois torcedores acabaram, no Juizado Especial Criminal de Porto Alegre, aceitando a transação penal que lhes foi oferecida (consistente, exatamente, em - durante seis meses - apresentarem-se em determinada delegacia de polícia, lá permanecendo durante o tempo em que seus times estiverem jogando na cidade). A reportagem apontou que nenhum dos torcedores vem cumprindo o combinado, havendo inclusive fotos deles no Beira-Rio e no Olímpico. Conclui que se trata de caso de impunidade.

  Ouvidos a respeito, Juiz e Delegado de Polícia empurraram a responsabilidade da fiscalização do cumprimento da transação um para o outro. Hoje a novela segue no matutino, com mais duas páginas, agora colocando na berlinda os clubes, cujos presidentes também se eximem de responsabilidade pelo acesso dos indigitados torcedores a seus estádios.

   Imensa besteira!

   A transação penal é um benefício que, no âmbito do Juizado Especial Criminal, deve ser oferecido àquele que cometeu o chamado "delito de menor potencial ofensivo", desde que não tenha antecedentes. Nada mais é do que um acordo, proposto pelo Promotor de Justiça (em nome do Estado) ao denominado "autor do fato". É sempre oferecido antes do início do processo criminal propriamente dito, quando sequer há denúncia (em geral a peça inicial nos feitos criminais, quando a iniciativa não é exclusivamente do ofendido).

   Assim, no caso levantado pela Zero Hora, o que se tem é simplesmente o descumprimento desse acordo, da transação, pelos torcedores brigões, cujo efeito será - na pior das hipóteses - a revogação do benefício e, então, a iniciação dos atos tendentes à formalização do processo criminal (que, eventualmente, seguirá até a sentença de mérito, a qual, por óbvio, poderá até ser de absolvição!).

  Much ado about nothing! diria o compadre Bill Shakespeare.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dos morros para as marachas

     Um certo ex-capitão do BOPE (que teria servido de inspiração para a criação do personagem "Capitão Nascimento", dos filmes Tropa de Elite), veio a Pelotas para proferir palestra "motivacional"  a produtores de arroz da região. Transmitiu, segundo longamente noticiado no Jornal do Almoço de hoje, sua experiência em "treinamento" e "formas de atingir objetivos". As imagens apresentadas na RBS deram-nos conta de um auditório cheio de gente ávida de interesse nas experiências e conceitos do ex-oficial-caveira. 
     Consta que, meio apertadito, um arrozeiro do Curral das Éguas, ali perto do Taim, fez menção de dar uma saidinha para se aliviar. Ao se levantar da cadeira, foi imediatamente imobilizado pelo pessoal do Capitão, que lhe meteu um saco plástico na cabeça, fazendo com que o orizicultor mergulhão, sufocado e todo mijado, pedisse para sair. Palmas gerais para o BOPE! Palmas gerais para o IRGA!


- Senhor Érico, eu estou de olho no senhor... Nunca será!!!!!!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Borgnine


     Nos Estados Unidos, na época da Grande Depressão, era comum desempregados tentarem a sorte em outras paragens, na busca de melhores oportunidades. Para isso, não dispondo de dinheiro, levas de desempregados lançavam mão de perigosas artimanhas para se deslocar, clandestinamente, em trens de carga, para os mais longínquos pontos do país. Chegavam a arriscar suas vidas, viajando pendurados sob os vagões, "like bats". Em 1973 a 20 Century Fox lançou nos cinemas o filme Emperor of the North, dirigido por Robert Aldrich, em que Lee Marvin interpreta o vagabundo Nº 1, que, aceitando desafio de um novato contador de vantagens, Cigaret (Keith Carradine), entra em conflito com Shack (Ernest Borgnine), o chefe do trem nº 19, cujo maior orgulho é jamais ter permitido que hoboes algum pegasse carona em composição sob seu comando.

"Consigam um trabalho de verdade antes de tentar
seguir uma carreira de ator. Aprendam sobre a vida
e depois aprendam sobre seu ofício.
E não usem óculos escuros na tela para parecerem
legais. Os olhos são o melhor recurso de um ator."
     Ernest Borgnine morreu ontem, aos 95 anos. Em que pese tenha ganho o Oscar de Melhor Ator (1955) pelo papel do açougueiro bonzinho em Marty, acho que sempre fez melhores papéis quando foi o vilão ou cara mau caráter dos filmes. Esse Imperador do Norte é, para mim, a prova disto. Quem tiver o filme em casa, quem sabe não seja uma boa pedida para esta madrugada (inclusive como homenagem ao velho Ernie). A quem não viu, fica a recomendação. O DVD pode ser comprado, não muito caro, através da DVD World ou das Americanas. Quem sabe, mais em conta ainda, se consiga o disquinho no "mercado negro", ali em frente à Receita Federal. 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Versinho

Atirei um limão verde
de pesado foi ao fundo.
Os peixinhos responderam:
"- joga a mãe pra se quica!"

200


Fotografia do Alexandre Schlee Gomes.
Tão perfeita no conteúdo que dispensa qualquer legenda

Durante muitos anos moramos numa casa ali na Barão de Butuí, quase em frente à garagem do seu Vinholes, perto do Bar do Seu Bidoca. No lado da nossa casa havia o chalé da Vó Mira e, nos fundos, funcionava a oficina mecânica do Landinho. Num precário galpãozinho de madeira e chão batido, junto à oficina, morava o Nei, um negão grandão e forte, que era o ronda. O Nei  tocava na Garra Xavante e vivia numa merda bárbara. Uma noite, apareceu por lá, bêbada, a crioula do Nei, que fez o maior escândalo e quebrou o que apareceu na frente dela (eu imagino, porque só escutei o barulho da quebradeira). Depois que a porrada comeu solta entre eles, ouvi lá de casa o Nei urrar para a mulher: "eu te amo, sua filha da puta!"
Nunca houve, na realidade ou na ficção, uma declaração de amor tão sincera como aquela!

Daqui a um pouquinho já estaremos no 7 de julho de 2012, quando se comemorará os 200 anos da cidade de Pelotas.

Então, parafraseando o Nei, declaro-me à minha terra, agora, com igual sinceridade: eu te amo, sua filha da puta!

quarta-feira, 4 de julho de 2012

É nóis na fita, mano!



    Hoje à noite decide-se a Taça Libertadores deste ano. Como todo o mundo sabe, em São Paulo, Corinthians e Boca Juniors se enfrentam no jogo de volta da final. Enquanto isso, aqui no Rio Grande do Sul, a imprensa grenalista trata de fazer campanha explícita para que se torça pelos argentinos. Para tanto, chegam a levantar argumentos do tipo: o futebol gaúcho se assemelha ao jogado na argentina, de mais "pegada". Grande besteira! Primeiro porque não existe um "futebol gaúcho", caracterizado por estilo próprio de se jogar bola. Segundo, porque, afinal, pouquíssimos são os verdadeiros gaúchos que se alinham nas escalações do Grêmio e do Internacional. Aliás, desde quando os "estrangeiros" Vanderlei Luxemburgo e Dorival Junior têm a ver com o jogo dito "guerreiro" alardeado neste sulzinho?
  Querem, na verdade, não que o Boca vença, mas que o Corinthians não ganhe a Libertadores! A loucura que têm pelos dois "times grandes" daqui é tão doentia que não conseguem separar a condição de profissionais da informação, de jornalistas, da de meros torcedores roxos.
   Sob o título "O Boca é gaúcho", Diogo Olivier escreveu hoje, na Zero Hora, a seguinte pérola (na qual confessa o que aqui aponto):  

  O Corinthians campeão da Libertadores pode significar o começo de um período de hegemonia preocupante para clubes que habitam zonas de mercado não tão ricas como São Paulo.
Antes, tratava-se de um gigante adormecido, encravado no maior centro econômico do continente, com uma torcida de milhões de pessoas no país inteiro, mas cuja baderna administrativa impedia a transformação de tudo isso numa potência.
    Agora, não.
   Agora o Corinthians se organizou e vai para o terceiro ano como maior receita entre os clubes brasileiros (R$ 290 milhões), distanciando-se a passos largos de São Paulo (R$ 226 milhões) e Inter (R$ 198 milhões). Terá um estádio padrão Fifa para gerar renda que já é fruto deste força política, bancado com dinheiro público.
   O título da Libertadores e a presença numa final mundial seriam o cartão de visitas de uma mudança de patamar e de mercado para o Corinthians.
   A derrota para o Boca pode retardar este caminho, dando tempo para seus adversários criarem mecanismos de gestão e reagir.
   O Corinthians campeão é bom por Tite (foto), discípulo da escola gaúcha de treinadores, herdeiro Ênio Andrade e um dos profissionais mais corretos, capazes e gentis que conheço no futebol.
    Mas para Grêmio e Inter é ruim.
    
    Não, Diogo, equívoco teu. O Boca não é gaúcho. O Boca é Gre-Nal.
   Eu, torcedor xavante - e só xavante! - tenho a obrigação de, conforme teu argumento, roer as unhas e gritar loucamente pelo Corinthians à noite. Claro: se a vitória corintiana é ruim para a dupla, é boa para o Brasil (e para o Pelotas, para o Farroupilha, para o Panambi, para o Fortes e Livres de Mussum...). 
     É nóis na fita, mano! SALVE O CORINTHIANS!
     Danem-se Grêmio e Internacional!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Lasier vem aí

Jornal do Almoço comemora os 200 anos de Pelotas com festa no centro da cidade

Programação local é apresentada direto de um estúdio de vidro




"Lá diatrás da perfeitura
tem um estúdio di vídrio.
Quem sentá indentro dele, 
vai saí cuncu firido"

Depois de ter sofrido o famoso choque na Festa da Uva, quem sabe agora o Lasier Martins nos da o prazer de ver a realização da profecia da velha quadrinha popular.

60 years on the throne*

*Não sei a quem creditar, catei no facebook. Perfeito!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Comenta-se no Vesúvio da XV com 7

     O padroeiro desta terra, São Francisco de Paula, foi homenageado com uma procissão nesse domingo que passou. Mais de cem veículos, enfeitados com balões amarelos e brancos, acompanharam a imagem do santo por diversas ruas da cidade, até a Prefeitura, onde foi recepcionada pelo prefeito Adolfo Fetter, o "Jotaérre". As quengas do Bangalô, mesmo contrariando os fiéis católicos, fizeram-se presentes no cortejo religioso. Agora a chuva vem!

eu nasci assim
eu cresci assim
e sou mesmo assim
vou ser sempre assim
 

Só o homi que pode ajudá

    Na coluna Linha Direta  de sexta-feira, o Diário da Manhã informou que "O Mercado Central ainda não foi reaberto mas já recebeu um ritual de batismo, realizado pela Sociedade Beneficente São Jerônimo. Numa cerimônia coordenada pela Yá Joyce de Xangô, juntamente com a Yá Gisa de Oxalá, membros da religião afro restabeleceram o bará (proteção) que havia sido removido por conta das obras de restauro. Os participantes da cerimônia religiosa africanista sacrificaram um cabrito, três galos e um casal de pombos que, segundo eles, servirá na proteção e para que o Mercado Central obtenha sucesso. Estiveram presentes, como representantes das autoridades locais, o vereador Ademar Ornel e o Engenheiro responsável pelo restauro, Ricardo Silveira."
    Se a moda pega, dia 1º de janeiro do ano que vem os africanistas terão muito trabalho ali no Paço Municipal. Para limpar os maus espíritos deixados pelo encosto que nos governa até o último dia de 2012, haja galos e pombos... E o bom cabrito Macluf que faça beicinho, se queixe para o Celso Bernardi, mas não berre (porque já levou a obé na jugular e foi sacrificado pelo coisa ruinzinha - cuja preferência por candidatos lácteos é evidente).