Fotografia do Alexandre Schlee Gomes. Tão perfeita no conteúdo que dispensa qualquer legenda |
Durante muitos anos moramos numa casa ali na Barão de Butuí, quase em frente à garagem do seu Vinholes, perto do Bar do Seu Bidoca. No lado da nossa casa havia o chalé da Vó Mira e, nos fundos, funcionava a oficina mecânica do Landinho. Num precário galpãozinho de madeira e chão batido, junto à oficina, morava o Nei, um negão grandão e forte, que era o ronda. O Nei tocava na Garra Xavante e vivia numa merda bárbara. Uma noite, apareceu por lá, bêbada, a crioula do Nei, que fez o maior escândalo e quebrou o que apareceu na frente dela (eu imagino, porque só escutei o barulho da quebradeira). Depois que a porrada comeu solta entre eles, ouvi lá de casa o Nei urrar para a mulher: "eu te amo, sua filha da puta!"
Nunca houve, na realidade ou na ficção, uma declaração de amor tão sincera como aquela!
Daqui a um pouquinho já estaremos no 7 de julho de 2012, quando se comemorará os 200 anos da cidade de Pelotas.
Então, parafraseando o Nei, declaro-me à minha terra, agora, com igual sinceridade: eu te amo, sua filha da puta!
Espetacular!!! Aldyr, foto e texto campeão invicto da minha Libertadores.
ResponderExcluirTabelinha entre Toinho e Paulo Renato pela esquerda, Luis Fernando de cabeça.
Landinho, vó Mira, Vinholes, seu Bidoca parecem saídos dos maravilhosos contos do teu pai, neo-realismo italiano na veia, um "Amarcord" com a emoção de um tempo inesquecível.
ResponderExcluirComo se diz lá na Hulha: "Nada melhor do que o amor de uma china puta..."
ResponderExcluirParabéns Aldyr, lindo texto, lembro-me do pátio desta casa separado ao meio, por tela,para não fechar o pau entre os cachorros!
ResponderExcluirAbração