quarta-feira, 4 de julho de 2012

É nóis na fita, mano!



    Hoje à noite decide-se a Taça Libertadores deste ano. Como todo o mundo sabe, em São Paulo, Corinthians e Boca Juniors se enfrentam no jogo de volta da final. Enquanto isso, aqui no Rio Grande do Sul, a imprensa grenalista trata de fazer campanha explícita para que se torça pelos argentinos. Para tanto, chegam a levantar argumentos do tipo: o futebol gaúcho se assemelha ao jogado na argentina, de mais "pegada". Grande besteira! Primeiro porque não existe um "futebol gaúcho", caracterizado por estilo próprio de se jogar bola. Segundo, porque, afinal, pouquíssimos são os verdadeiros gaúchos que se alinham nas escalações do Grêmio e do Internacional. Aliás, desde quando os "estrangeiros" Vanderlei Luxemburgo e Dorival Junior têm a ver com o jogo dito "guerreiro" alardeado neste sulzinho?
  Querem, na verdade, não que o Boca vença, mas que o Corinthians não ganhe a Libertadores! A loucura que têm pelos dois "times grandes" daqui é tão doentia que não conseguem separar a condição de profissionais da informação, de jornalistas, da de meros torcedores roxos.
   Sob o título "O Boca é gaúcho", Diogo Olivier escreveu hoje, na Zero Hora, a seguinte pérola (na qual confessa o que aqui aponto):  

  O Corinthians campeão da Libertadores pode significar o começo de um período de hegemonia preocupante para clubes que habitam zonas de mercado não tão ricas como São Paulo.
Antes, tratava-se de um gigante adormecido, encravado no maior centro econômico do continente, com uma torcida de milhões de pessoas no país inteiro, mas cuja baderna administrativa impedia a transformação de tudo isso numa potência.
    Agora, não.
   Agora o Corinthians se organizou e vai para o terceiro ano como maior receita entre os clubes brasileiros (R$ 290 milhões), distanciando-se a passos largos de São Paulo (R$ 226 milhões) e Inter (R$ 198 milhões). Terá um estádio padrão Fifa para gerar renda que já é fruto deste força política, bancado com dinheiro público.
   O título da Libertadores e a presença numa final mundial seriam o cartão de visitas de uma mudança de patamar e de mercado para o Corinthians.
   A derrota para o Boca pode retardar este caminho, dando tempo para seus adversários criarem mecanismos de gestão e reagir.
   O Corinthians campeão é bom por Tite (foto), discípulo da escola gaúcha de treinadores, herdeiro Ênio Andrade e um dos profissionais mais corretos, capazes e gentis que conheço no futebol.
    Mas para Grêmio e Inter é ruim.
    
    Não, Diogo, equívoco teu. O Boca não é gaúcho. O Boca é Gre-Nal.
   Eu, torcedor xavante - e só xavante! - tenho a obrigação de, conforme teu argumento, roer as unhas e gritar loucamente pelo Corinthians à noite. Claro: se a vitória corintiana é ruim para a dupla, é boa para o Brasil (e para o Pelotas, para o Farroupilha, para o Panambi, para o Fortes e Livres de Mussum...). 
     É nóis na fita, mano! SALVE O CORINTHIANS!
     Danem-se Grêmio e Internacional!

4 comentários:

  1. Melhor ainda para o Guarani de Camaquã no quadrangular final do acesso à série A de 2013, com gols no Youtube e toda cidade mobilizada em torno do time.
    A imprensa porto-alegrense é dura de aturar, cria conceitos "universais" que não passam do Mampituba ( futebol gaúcho de "pegada" ), tem a mesma mentalidade dos CTGs.

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  2. Aldyr, eu diria: "Danem-se grêmio, internacional, corinthians, flamengo, Botafogo, Vasco, Fluminense, Atlético-MG, Santos e Palmeiras" !
    E em tempo, "Danem-se São Caetano, Grêmio Barueri, Guaratinguetá, Boa, Canoas...e os outros clubes que você certamente sabe que completam este perfil" !

    Oduvaldo Jr.

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  3. O Coringão ouviu o teu chamamento, Aldyr , não deixaste pedra sobre pedra, mataste a pau.
    Viva os mano, viva as mina.

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  4. Fala Professor...

    Realmente a imprensa local abriu escancaradamente a torcida para os argentinos. Complementando, ainda ouvi muitas criticas pelo fato de quando Inter e Grêmio estiveram nas mesmas finais, não tinham o mesmo tempo de cobertura da TV. Ora, futebol hoje é dinheiro e tempo na TV hoje é dinheiro, então tanto Corinthians, como qualquer outro clube grande de S.Paulo teria essa "vantagem".

    Por enquanto é so o Corinthians..Quando chegar a vez do Flamengo...Ai eu quero ver.

    Abraço. Caju

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