sexta-feira, 14 de junho de 2013

Por trasis... sorrindis...

"Cena de sexo é como um balé: tem muita técnica e esforço por trás, mas, para quem assiste, é como se a coisa toda estivesse fluindo natural, organicamente.

A bailarina treinou anos, está ali urrando de dor por dentro, mas com sorriso e semblante sereno. É a mesma coisa em cena."

Ísis Valverde, atrizinha global (num dia desses, na ZH)

Eu, Xavante

Um amigo meu, o Cristian Costa (jornalista, botonista e gremista; alegretense, mas morador da Cidade Baixa, em Porto Alegre), pediu-me que escrevesse um breve depoimento para que ele o usasse em um trabalho acadêmico. Sobre "como é torcer para o 'Brasil de Pelotas'". Escrevi o seguinte:

Quantas vezes na vida, ao me perguntarem para que time torço, respondi: "Sou Brasil". Claro que minha resposta sempre ensejou uma pergunta complementar: “Tá, mas tu és Grêmio ou Inter?”. Aí é que está: sou Brasil! Sou Xavante desde criancinha. Só Xavante! Futebol é paixão, afinal das contas. Por isso não consigo compreender como se pode dividir essa paixão torcendo por mais de um clube. Como Xavante, sou Xavante contra todos. Como Xavante, torço – por obrigação de ofício – especialmente contra o Pelotas (ancestral adversário), mas também contra os times da Capital (vampiros do futebol do interior), os da Serra, os de Rio Grande, os de Bagé... e os paulistas, e os cariocas, e os da Alemanha, os da Mongólia. O Barcelona que se dane (ai dele que venha aqui no Bento Freitas!). Por isso, para mim, qualquer jogo contra o União Frederiquense é final de Champions League, é o jogo da “nossa” vida. Quem viu Ênio Fontana jogar com a número 9 sabe do que estou falando. Quem ouviu a Garra Xavante comandar nossa “massa” entende isso. Quem quase morreu junto com o Milar é como eu sou.

Não sei se o Cristian compreendeu. Não sei se o leitor compreende.