segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O discreto charme da burguesia


O Diário Popular de hoje traz, no caderno Zoom, a seguinte "crônica social" assinada por Flávio Mansur:


"A liderança, a dedicação e o prestígio de Maria Rita Sampaio foram ingredientes fundamentais para coroar a comemoração do último sábado, quando a Associação dos Amigos do Museu da Baronesa promoveu noite black-tie para celebrar os 200 Anos da Princesa do Sul, num baile que reuniu toda Pelotas importante e nomes de peso da sociedade gaúcha, paulista e carioca, no centenário salão nobre da Bibliotheca Pública Pelotense.

Iluminação cênica para valorizar a bela arquitetura do palacete, candelabros em prata, arranjos em astromélias, momento artístico com Rafaela Wrege e Liziani Rotta, duas bandas para animar às danças, mesa de antepastos, cocktail e prato quente do buffet de Irene Vianna e mesa de doces de Ana Menna Barreto e Mauren Behrensdorf.

O prefeito Adolfo Fetter Júnior e o eleito Eduardo Leite fizeram uma rápida saudação, e juntamente com Leila Fetter e a vice prefeita eleita Paula Mascarenhas, abriram a valsa comemorativa pelo bicentenário.

A anfitriã, Maria Rita Sampaio, com seu porte privilegiado, estava muito bonita e chique num longo em tafetá rubi. A figura feminina mais luxuosa era seguramente a grande dama da sociedade porto-alegrense, Adulce Zaffari, que além de ser uma mulher muito bonita, estava simplesmente elegantíssima num longo em renda francesa, com transparência nas mangas e no corpo, da estilista Marthinha Fitchnner e complementando com joias espetaculares em pérolas e diamantes. Ainda na relação de elegantes da noite destaque para Dulce Issler Ferreira, em azul royal, Patrícia Penteado, em verde esmeralda e Márcia Wrege Karam, em beringela, da griffe Marlene Brandão, by Via Condotti, Anna Luiza Quinto di Cameli (num preto com joias de família em brilhantes), a beleza de Carmen Cecília Riemke, Maria da Graça Coelho (sempre bonita e atraente), Nina Kessler (em dourado, de Rui Spohr), Mirna Yepsen (em renda preto e branco), Idília Leonardo, Ana Menezes, Elaine Corvello formaram um trio charmoso usando modelos da Ônix, Suzana Salim e Adriane Metidieri, ambas de Marlene Brandão, eram também figuras notadíssimas."


No petit comité foram notadas as ausências de Dona Teresa e de Dona Silvia, aquelas duas senhoras negras que durante a recente campanha eleitoral pareciam tão íntimas do (então) candidato Eduardo Leite. A elas, lembro, Dudu prometeu acabar com o fedor que reina no local onde moram, a Vila Farroupilha. Parece, no entanto, que ao futuro prefeito o fedor da burguesia - aquele cantado pelo Cazuza -  não incomoda.

Vomitei!

6 comentários:

  1. A França de Maria Antonieta se curvaria diante de tanta nobreza, talvez para festejar a vitória nas eleições do novo símbolo sexual do lixo midiático brasileiro.
    A síndrome de colonizado não desinfeta por ser genética, lembrei do baile da Ilha Fiscal o último da Coroa portuguesa.

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  2. Disseram que os convidados precisavam passar pelo pórtico grego, de onde eram remetidos automaticamente ao centro do baile. O local seria um verdadeiro "buraco negro"...

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  3. Gosto muito do Bipolar Flexível. Sempre o leio com curiosidade e prazer.

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  4. Prazer tenho eu em receber comentário como o da Aldema, que há tempos é seguidora do BF. Como será que descobriu este bloguito?

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  5. Quantos metros de papel já foram gastos com bobagens como essas, cheirando a mofo, e que se espalham por todas as editorias desse "jornal" (lembro do grande Schlee nos anos 80 esculhambando o DP nas aulas de Direito Internacional, louco, alucinado com um elogio à "Revolução de 64")? O pior é que isto espelha um certo sentimento sobre a cidade, cultivado e reproduzido em todas as classes, uns, por interesse, outros, por ignorância. Um retrato triste, de coisa decadente e sem o charme que gostariam de ter. É feio, grosseiro, deselegante, típico de uma burguesia nostálgica do que queria ser, aristocracia.

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  6. Parece crônica de folhetins da época da coroa portuguesa... Devemos lembrar que estamos em 2012?? Na realidade "tudo continua igual na corte"...
    Alexandre Mendonça Pereira

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