Mas bah, Che! |
Existem estudiosos de vinho, os enófilos, e também os conhecedores de vinho, os sommelier (acho que em Portugal é “escanção”). Há os especialistas em café, os baristas. Os apreciadores de uísque, os amigos da cerveja, os confrades da cachaça. Há os que bebem e os que são bebuns. Eu não! Não bebo! Não sou chegado na água que passarinho não bica (seja qual for o teor de álcool que ele contiver). Não como nem bombom com licor... Tomo apenas café e refri. Escrevo essa confissão olhando para o meu bar particular. Daqui vejo três ou quatro tipos de tequila – 1800 reposado, Plata Hornitos, 100 anõs, Agavero e a tradicional José Cuervo. Vejo as botellas de mezcal (com e sem gusanos); uma boa garrafa de rum; três de pisco peruano; um Limoncello e uma quantidade variada de vinhos e whiskys (envelhecendo dignamente). O Amarula é da Zyndya. Bem abaixo do carrinho de bebidas ficam estrategicamente posicionadas, quatro garrafinhas “originais” de Coca-Cola. Como não existe um nome pomposo para os amantes da coca-cola, sou chamado de “cocólatra” (palhaçada!), só porque sei diferenciar o sabor de uma genuína coca de suas versões bastardas e horríveis (mentos, cherry vanilla, diet, zero...), ou mesmo de sua rival, a Pepsi (que eu não gosto!). São necessários anos de prática para se reconhecer uma coca com sabor “original” (em geral, ele só existe em garrafas de vidro, preferencialmente de até 273ml). Meu conhecimento sofisticado eu adquiri ao longo da vida, mas o curso intensivo ocorreu nos aniversários na casa do tio Cláudio (e eram muitos!), quando a Nilce nos obrigava a beber, sem parar, um copo atrás do outro de coca, nos forçando a “repugnar” aquela doce bebida e a não pedir mais o refrigerante na cozinha! Algumas vezes a coisa toda saia pelo nariz... O certo é que eu conheço Coca-Cola desde criança e não sou um cocólatra, embora goste de tomar uminha gelada antes de dormir...
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