domingo, 29 de maio de 2011

Marianne Faithfull

       Está confirmada a presença da cantora, compositora e atriz britânica Marianne Faithfull no 18º Porto Alegre Em Cena, que acontecerá na capital entre os dias 6 e 27 de setembro. Sua apresentação será nos dias 16 e 17, no Bourbon Country.
       Com 64 anos de idade e 47 de carreira, Marianne foi musa inspiradora dos Beatles e dos Rolling Stones, namorou alguns deles (além de Bob Dylan e David Bowie!) e acabou sucumbindo à morfina (o que a tirou do ar por algum tempo). Retornou com força total em 1979, com o disco Broken English, que foi aclamado pela crítica, mas que não rendeu, entretanto, sucesso comercial. O mesmo aconteceu com Strange Weather , de 1987, considerado um de seus melhores trabalhos. 
       A propósito, Stranger Weather encontra-se na relação dos "1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer" (editado por Robert Dimery, pela Sextante). No livro, o texto a respeito do disco (e de Marianne) é do produtor inglês Bruno MacDonald:     

Broken English

       "Ela podia ter sido a mãe de Sid Vicious - literalmente. Depois de uma década desnorteada pelas drogas, Marianne Faithfull decidiu não aparecer no filme dos Sex Pistols, The Great Rock'N'Roll Swindle, mas canalizar sua fúria movida a punk para um álbum.
       A energia e a objetividade do punk foram uma influência direta em Faithfull. musicalmente, Broken English não tem nada a ver com sua linhagem - os Rolling stones e as bonitas baladas que a tornaram famosa. No álbum, o que há é a pulsação eletrônica de "Broken English", o blues espacial de "Brain Drain" e o soul branco de "Guilt".
       "Working Class Hero" é gelada, mas eletrizante, com vocais imperiosos que soam mais parecidos com o riso irônico de Maria Antonieta do que com a amargura do homem do povo do original de Lennon. "The Ballad Of Lucy Jordan" é uma mistura de melancolia com uma melodia que pereceria do Abba, não fossem os vocais selvagens.
       Mas a faixa que faz Broken English continuar essencial é "Why D'Ya Do It". Baseada num poema do dramaturgo Heathcote Willians, está repleta de guitarras no estilo de Robert Fripp. A estrela é Marianne: fora de si pela infidelidade de seu amante, ela varia o tom entre Patti Smith e Grace Jones para vociferar uma letra na qual o verso "Why'd you spit on my snatch?" está longe de ser o mais desagradável.
       O álbum foi o ponto de partida para a recuperação de sua carreira, que levou a obras-primas como Strange Weather, de 1987. Mas nem quando cantou com o Mettalica ela deixou o público de queixo caído como em Broken English.
       Eu só vim a "conhecê-la" quando vi o filme "Montenegro, Pérolas e Porcos" (1981), dirigido pelo iuguslavo Dusan Makavejev, com Susan Anspach, Erland Josephson e Svetozar Cvetkovic). A abertura desse filme muito louco (meu "cult") é conduzida por  "The Ballad Of Lucy Jordan", cantada "roucamente" por Marianne Faithfull (aliás, sobrinha-bisneta do barão Leopold Ritter von Sacher-Masoch, escritor austríaco cujo nome deu origem ao termo “masoquista” por causa de sua novela erótica A Vênus das Peles, de1870).
      

        Eu vou de chapéu de palha! 

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