sexta-feira, 20 de maio de 2011

Descalabro (por Ariovaldo Teixeira)

       Sr. editor desse estimado periódico eletrônico:

       Venho através deste correio manifestar minha preocupação com assunto de interesse nacional. Urge que as pessoas de bem, as forças vivas da sociedade, unam-se no sentido de exigir dos governantes medidas fortes (ah, que saudades dos tempos dos generais!), que coibam práticas malintencionadas e o enriquecimento de oportunistas antipatrióticos.
       Copa do Mundo se avizinha! Estamos a pouco mais de três anos desse grande evento esportivo e a infraestrutura do nosso Brasil continua precária. Aeroportos, estradas, hotéis, tudo, enfim, se mantém no maior atraso. A menos que desde já seja alterado este quadro de inércia, faremos um papelão, seremos motivo de chacota dos povos-irmãos mundo afora!
       Peguemos como exemplo somente os estádios: as obras recém tiveram início e já há notícia de que os gastos serão muito superiores às previsões, aos orçamentos originais. A roubalheira será enorme e, nós, contribuintes, é que pagaremos o pato.
       Desfrutando de minha recente aposentadoria, fiz uma gira com minha senhora por algumas das capitais brasileiras (em supimpa ônibus-leito da Empresa Bosembecker), quando tive a oportunidade de verificar, in loco, o descaso com o dinheiro público.
       Vejam os retratos que bati com minha Instamatic:

São Paulo, a locomotiva deste país, parece não estar levando a sério sua responsabilidade. Eis o estádio da Portuguesa de Desportos (que substituirá o do Corinthians, clube que não cumpriu as exigências mínimas da FIFA). Os dirigentes do valente clube do Canindé por enquanto apenas ofereceram pouco mais do que um esplêndido gramado, comprometendo-se a, em tempo hábil, erguer um estádio à volta do relvado.

A Fonte Nova, na malemolente Bahia de Todos os Santos. Por ser mais fácil do que erguer um novo estádio, os engenheiros soteropolitanos optaram por cavar, o que ensejou o apelido da novel contrução: "Buraco do Caetano". 

O acesso principal do Mané Garrincha, na Capital Federal, está bem adiantado. Permitirá, após a colocação do reboco e de duas ou três demãos de tinta, que os torcedores das seleções que por lá jogarem entrem e saiam sem maiores transtornos.
 
Devido à rivalidade entre os gaúchos, nem o estádio do Grêmio, nem o do Internacional, serão palcos da Copa no sul. Então, Gravataí - devido às facilidades - será a sede de jogos do torneio mundial. Tijolos e telhas não serão problema à conclusão das obras no outrora acanhado estádio do Cerâmica.

       Aproveito o ensejo para cumprimentar os leitores e solicitar às autoridades municipais a colocação de quebramolas nas principais artérias da nossa cidade.

       Ariovaldo Teixeira (aposentado)


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