quarta-feira, 9 de março de 2011

O Caminho de San Diego

Ontem, zapeando entre coberturas do carnaval pelo Brasil afora, parei em um canal que passava um filme falado em espanhol. Um rapazote, Tati, muito pobre, vestindo uma camiseta da seleção argentina de futebol sob uma jaquetinha surrada, carregava nos ombros um embrulho, alguma coisa envolta em uma lona plástica preta, amarrada com cordinhas. Entendi, aos poucos, que ele tinha saído de uma pequena cidade do nordeste da Argentina, que o que trazia, embrulhada, era uma raiz de timbó, a qual havia encontrado casualmente e que, entalhada por ele, tinha ganhado a forma de... Diego Armando Maradona! Então se decidira por - atravessando o país - entregar pessoalmente aquela peça a seu ídolo. Tudo se passa na  época em que Maradona estava atravessando séria crise de saúde, tendo sido internado para tratar-se da dependência química em hospital de Buenos Aires (de onde acabou fugindo, se metido em um campo de golf e, depois, rumado para Cuba, a convite de Fidel). No "caminho", num esquema de "road movie", Tati se envolve com muitas figuras fantásticas, incluindo um caminhoneiro brasileiro, com quem arranja carona. Hoje, procurando a ficha técnica do filme, vi que está classificado como "comédia". Não é uma comédia! É um grande filme, que - pela simplicidade dos personagens e das suas circunstâncias - tem graça. Mas também, por isso mesmo, é dramático. É um conto que poderia ter sido escrito pelo meu pai, cabendo em seus livros, que têm "gentes" parecidíssimas com Tati.
El Camino de San Diego (Argentina - 2007) Roteiro e direção: Carlos Sorin; com: Ignacio Benítez, Carlos Wagner La Bella, Paola Rotela, Miguel Gonzalez Colman, José Armónico, Silvina Fontelles e Marisa Córdoba 

Um comentário:

  1. Quero assistir!
    Ainda mais que fala no grande Maradona, o melhor jogador que já vi jogar!!

    ResponderExcluir