A Agência Estado noticiou hoje (e foi publicado até no DP) que o chargista Solda (que já trabalhou nO Pasquim e no Jornal do Brasil) foi demitido dO Estado do Paraná. Motivo: fez uma charge considerada racista. Consta que nessa charge aparece um macaco fazendo o simbólico gesto de "banana" com os braços, sobre a legenda "Almoço para Obama terá baião de dois, picanha, sorvete de graviola... e banana, muita banana". Paulo Henrique Amorim reproduziu a charge no blog dele, interpretando-a como preconceituosa, na medida que, para ele, o macaco do desenho representava o presidente dos States. Foi o que bastou. Ouvido, Solda afirmou que não é racista e que, de fato, seu objetivo era "criticar a pretensão dos EUA de serem superiores a outros países", era "dar uma banana para o imperialismo" já que "acham que aqui é o quintal deles".
Pois é: pega mal debochar dos americanos. É ruim. Pior ainda se a brincadeira tiver por alvo o presidente deles e a família do dito cujo. A interpretação burra de uma charge pode gerar, como se vê, a dispensa de um profissional que ousou criticar a visita dos ilustres representantes do "irmão do norte". Engraçado: repetir a torto e a direito que Barack Obama é "o primeiro negro presidente dos Estados Unidos da América" não constitui prática racista (ao contrário, serve para ressaltar a "democracia" em que eles vivem), mas afirmar, por exemplo, que a única coisa que o difere dos seus antecessores é exatamente a cor da pele provavelmente o seja (e o Paulo Henrique Amorim taí para isso). Obama é o representante do belicoso imperialismo yankee, que sobrevive da miséria alheia. É, hoje, o que já foram Nixon e Reegan. É a reprodução dos Bushs, sob a capa de "bonzinho" já usada anteriormente por Kennedy, Carter e Clinton.
Quanta hipocrisia! Nada pior do que o politicamente correto!
ET: alguém da grande imprensa achou censuráveis, preconceituosas ou, no mínimo, de mal tom todos os comentários e piadas a respeito do Lula (especialmente nos oito anos em que foi o nosso presidente)? Lembram? Bebum, analfabeto, sem dedo, grosso, nordestino... Ah, não? Tudo bem, então?
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