Do outro lado da ponte, Rio Branco. Fizemos as compras de sempre nos freeshops. Ainda que domingo, o movimento era bastante grande. Já nos preparávamos para dar uma voltinha pela Cuchilla quando, de repente, irrompeu pela rua principal, às buzinadas, um Monza velho (redundância), puxando um improvisado reboque de metal. Nesse reboque, na parte de baixo, como numa jaula, eram transportados vários cachorros assustados, magros e sujos. Na parte de cima, amarrado, um imenso javali escuro - muito maior que o maior porco que já vi na vida. O carro, arrastando seu chocante apêndice, nas fuças dos sempre atentos policias castelhanos, fez um "balão" naquele largo compreendido entre a boca da rampa da ponte, o Mário e a Bekarte. Sob o som intermitente da buzina tocada pelo motorista do calhambeque, um gordo que o acompanhava subiu no reboque, gritando e vibrando junto ao troféu: o bicho fuzilado e já evicerado. Não houve multa, ninguém mandou que se arrancassem dali. Ao contrário. As pessoas correram para volta do asqueroso cortejo, muitas levando os filhos para ver de pertinho o fruto da caçada. Fotos e mais fotos! Uma mulher, falando português, pediu que esperassem um pouquinho, que ela ia buscar a máquina para registrar o fato.
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