Dia desses escrevi sobre a desconfiança do Hugo Chávez a respeito da "coincidência" de cinco presidentes sulamericanos (entre eles o próprio) terem sido acometidos recentemente pelo câncer.
Lembrei-me, quando fazia isso, de já ter lido em algum lugar que os nazistas, quando se decidiram pela "solução final", terem descartado continuar a chacina dos judeus (e dos outros "inimigos do Reich") a bala. Afinal, balas deveriam ser reservadas a uso "mais nobre": às batalhas contra os exércitos aliados.
Antes de partirem para o uso do Zyklon B, o gás empregado nos infames campos de extermínio, houve, por parte dos "cientistas" alemães, estudos (baseados em horripilantes experiências com cobaias humanas) considerando a hipótese da utilização de Raios X para fins de esterilização em massa. Mas, como o destino da Guerra já se invertia àquela altura, os gastos para tanto não compensariam os resultados, que seriam alcançados somente a longo prazo.
Procurei entre meus livros esse assunto. Não encontrei o texto específico. Mas, em compensação, no livro Os Cientistas de Hitler - Ciência, Guerra e o Pacto com o Demônio (John Corwell, Imago, 2003), achei algo muito interessante: o registro da preocupação dos nazistas com o câncer. Essa preocupação chegou a ensejar, por parte deles, via de consequência, medidas contra o cigarro (foi à época que restou demonstrada estatisticamente relação entre o tabaco e o câncer de pulmão).
Conforme Cornwell, "A batalha contra o hábito de fumar incluiu uma gama de medidas que só recentemente foram vistas nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, e que ainda avançam devagar na maior parte da Europa. Os nazistas proibiram o fumo em muitas áreas públicas, incluindo escritórios e salas de espera. Houve proibições à propaganda de cigarros, com referência especial ao fato de os fumantes parecerem varonis, esportivos ou sexualmente atraentes, e ubíquos avisos de saúde visando especialmente os jovens. Ofereceram-se vagões de não-fumantes nos trens, com multas legais. O presidente da Universidade de Jena, Karl Astel, diretor do Instituto de Pesquisas dos Riscos do Tabaco ali, proibiu o fumo no campus e era conhecido por arrancar cigarros da boca dos alunos. Houve casos até de motoristas presos por causarem acidentes quando fumavam. O tabaco, segundo a propaganda, reduzia a energia para o trabalho, causava impotência nos homens; era um "epidemia", uma "praga", uma forma de "masturbação pulmonar"."
Com essa, antes da virada do ano vou sair e comprar uma carteira de Minister curto. Nunca é tarde para se começar um hábito nocivo ao autoritarismo.
(E que se danem - por tabela - a Globo, o Fantástico e o Dráuzio Varela!)
"O tabaco, segundo a propaganda, reduzia a energia para o trabalho, causava impotência nos homens; era um "epidemia", uma "praga", uma forma de "masturbação pulmonar"."
ResponderExcluirParece que o Ronaldinho Gaúcho, sabendo disso, vai passar a fumar em público....
Quintian