sábado, 3 de dezembro de 2011

I'm free

Ken Russell
       Na semana passada, dia 27 de novembro, morreu o cineasta inglês Ken Russell, aos 84 anos. Nascido em Southampton, foi batizado com o pomposo nome Henry Kenneth Alfred Russell. Quando jovem chegou a engajar-se à marinha mercante britânica e, depois, teve uma passagem pela Royal Air Force. Nos anos 60 e 70 trabalhou na BBC (especialmente dirigindo documentários). Para o cinema, seu primeiro filme foi Mulheres Apaixonadas (uma "adaptação livre" do clássico de D. H. Lawrence). Sua obra contém outros títulos importantes, vários deles ligados à música e a grandes compositores clássicos.
       Foi Ken Russell que dirigiu (em 1974) meu filme favorito. Na verdade meu conceito de "filme favorito" é amplo, admitindo nesse singular um plural: meu filme favorito "são" vários (O Ouro de Mackenna, Jesus Cristo Superstar, Minha Vida de Cachorro, Vá e Veja, Um Dia Perfeito, Pulp Fiction, por exemplo). São os que revejo sempre e sempre gosto de rever.
       Estou falando de Tommy. Acho que vi Tommy, pela primeira vez, no Cine Pelotense, quando lançado por aqui. Adorei! Uma novidade aquela "ópera rock" do Who (conjunto inglês que conhecia através do Ângelo, amigo que carregava no porta-luvas do fusca branco dele um montão de fitas cassete, entre as quais algumas dos britânicos).
Tommy
       Tommy era diferente de qualquer músical visto antes. Roger Daltrey - vocalista do Who - interpreta o cara que, ainda criança, sofreu um trauma, ficando cego, surdo e mudo e, mesmo assim, se tornou um ídolo, campeão de fliperama e líder espiritual. Ótimos nos papéis coadjuvantes, Oliver Reed (o padrasto), Ann-Margret (a mãe) e Jack Nicholson (médico safado), cantam convincentemente. Rock a mil, pelo Who (leia-se Pete Townsend, Keith Moon e John Entwistle) e por mais um punhado de estrelas do nível de Eric Clapton, Tina Turner e Elton John.
       Em homenagem ao falecido, aí vai Pinball Wizard, com o Elton John e The Who (botando para quebrar, "literalmente"):


PS: aí Ângelo, o resto é contigo...

2 comentários:

  1. Um resto que não acaba nunca, eterno como as músicas do Who.
    "Tommy" foi um marco dos musicais, estilo "ópera-rock", o psicodelismo das imagens de Russell foram muito além da imaginação de Pete Townshend ( compositor e guitarrista ) e do parceiro Roger Daltrey, quanto ao resto da banda já "subiram" para continuar cantando.
    Keith Moon, o melhor baterista da história do rock, um show à parte com sua velocidade e talento inalcançáveis, destruía o kit da bateria no final dos shows basta conferir na cena de "Pinball Wizard".
    Morreu após um coma de litros e litros de vodka, já o baixista John Entwistle deve ter sido suicídio, uma "overdose" no século seguinte não pode ser um mero acidente.
    Além de "Tommy", "Who's next" e "Who by numbers"
    jamais sairam do porta luva do Fusca, todos clássicos, muito menos agora do computador.
    Ouço tudo como se aqueles tempos tivessem apenas trocado de carro.
    "Forever young" como o Fusca branco.
    A Flor esta linda, o sorriso da foto comove, só os puros conseguem mostrar a alma quando sorriem, viva a inocência preservada e protegida.

    abraço Angelo
    PS: o que ingeres para a memória ?

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  2. Memória seletiva, Ângelo. As coisas boas (muitas!) estão bem arquivadas nesta cabeça cinquentona. E este blog me tem sido muitíssimo útil para perceber isso e possibilitar que eu compartilhe (palavrinha da moda) essas coisas tão gratas com aqueles que também as viveram.

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