sábado, 3 de dezembro de 2011

Viagem mexicana (por Andrey Schlee)

         Ari:
       Voltei do México! Foram dez dias espetaculares!! Desta vez visitei Guadalajara e Zapopan (Jalisco) e Mérida (Yucatán). Participei de dois colóquios sobre patrimônio cultural como “conferencista magistral”. Foi realmente muito bom! Também compareci a 25º FIL – Feira Internacional do Livro de Guadalajara, a segunda maior do mundo (que só perde para a de Frankfurt). Entre milhares de livros, autores e leitores, pude encontrar algumas raridades. Entre elas os escritores Mário Vargas Llosa (Nobel em 2010) e Herta Müller (Nobel em 2009), que não são meus favoritos...
       Mas estou escrevendo para contar outra estória de avião. Desta vez, sentei na poltrona da janela. A central coube a um senhor mexicano engravatado que, cuidadosamente retirou e dobrou seu paletó, guardando-o, com o mesmo zelo, na parte superior do avião. Na hora do jantar, uma aero-gorda nos ofereceu: “– carne, frango ou massa?” Eu optei por massa, enquanto o meu vizinho atirou-se na carne com legumes. Ao abrir o escaldante pacotinho prateado, servido em bandeja com pão e “mantequilla”, percebi que se tratava de “penne” com molho branco gratinado (ou seja, uma paçoca branca...). Na primeira garfada que dei, ocorreu o desastre! O garfinho de plástico transparente, como uma poderosa catapulta, atirou um “penne” na camisa do hermano mexicano (que, felizmente, não percebeu a condecoração italiana...). Nervoso, continuei na batalha entre lágrimas de risos e nervosismo (afinal ele estava comento CARNE!). Muito simulado, bolei um plano. Quando o pessoal de bordo ofereceu a segunda rodada de bebidas, aproveitei o momento de desatenção do vizinho e apliquei-lhe um único e certeiro “pimbarote” (sic) jogando a massinha no espaço sideral... A operação foi um sucesso! Apenas sobrou uma gordurinha como prova de meu  involuntário crime (e que bem poderia ser da CARNE!).
       Trinta minutos mais tarde, quando já estava me preparando para dormir, eis que descubro, colada na calça de outro passageiro (sentado nas poltronas centrais do avião!), a minha velha, resistente e grudenta massinha... No mais, a viagem foi sem turbulências.
       Andrey
      PS: mando a foto da aeromoça mexicana conferindo a documentação.
Srta. Garcia

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