sábado, 17 de setembro de 2011

Em tempos de CTG (por Andrey Schlee)

       A história pode até parecer inventada. Mas não foi...
       Na última segunda-feira entrei em um taxi rumo ao IPHAN. Ao informar  meu destino, o motorista, nascido em Brasília, logo questionou: – O senhor é gaúcho? Para, ato contínuo à minha resposta positiva, completar: – E o senhor é gremista ou colorado? Como sempre (e para encerrar o assunto...), respondi que era Xavante, e expliquei: – Sou Brasil de Pelotas. Mas, para minha surpresa, o motorista passou para um segundo tema preferido: – Mas de churrasco o senhor gosta? (como se torcer pelo Brasil significasse odiar futebol...). Novamente respondi que sim, e informei ao curioso condutor que, em Brasília, havia um CTG onde, no primeiro domingo de cada mês, é servido um saboroso costelão. Muito interessado, o motorista perguntou se ele poderia entrar no CTG. – É claro! Retruquei imediatamente. Acrescentando que não era necessário ter nascido no Rio Grande do Sul para frequentar um CTG. Foi então que ouvi o inacreditável: – O senhor, não entendeu! Perguntei se poderia entrar porque sou mulato!?!?

      
       Curiosamente, um dia depois, participei da mesa de abertura do seminário Quilombo Vivo – Promover e Proteger o Patrimônio Cultural Quilombola, realizado pela Fundação Cultural Palmares, em parceria com a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

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