quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tradições

     Ao noticiar a abertura da 20ª Fenadoce, o Diário Popular de hoje diz que "o posteiro da invernada adulta [do CTG União Gaúcha João Simões Lopes Neto] Mauro Real Heidrich explica que o grupo irá apresentar a coreografia "Baile das Velas do Imperador", que retrata a festa organizada para o Imperador Dom Pedro II e sua filha, a Princesa Isabel, quando visitaram Pelotas. Durante a dança são utilizados 12 castiçais de 2,5 metros de altura". Informa, ainda, que "esta coreografia conquistou em novembro de 2011, no Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (ENART), em Santa Cruz do Sul, o 2º lugar do festival. Durante o baile, conta o posteiro, o Imperador concede títulos de nobreza aos charqueadores".
   Como se percebe, "nossos" valentes centros de tradições continuam a glorificar "nosso" faustoso passado, de bailes e saraus, de visitas da nobreza imperial e, especialmente, de concessões de títulos de nobreza.
      O que não lhes convém lembrar é o que alguém escreveu na parede frontal de uma casa antiga, ali na Gonçalves Chaves (que ironia!), passando a Miguel Barcelos: 

"Famílias importantes de Pelotas
são fruto do sangue negro!"

2 comentários:

  1. Não só as famílias importantes de Pelotas, o Brasil, a torcida do Flamengo são África pura e misturada com os índios queimados em praça pública.
    A foto e a pichação são sensacionais, a conservação do imóvel é a melhor metáfora da filosofia "raça pura".

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  2. Fala Professor.

    Nas minhas poucas andanças em Pelotas me deparei com essa pichação digna dos "Black Powers". O que é uma verdade absoluta e silenciosa. Não somente em Pelotas, mas também nas mais variadas "querências" de todos o Brasil. Estas tiveram e ainda tem seus "coronéis" e "feitores" que subjulgaram e ainda subjulgam , boa parte da população pobre do interior. Engraçado que já havia imaginado os C.T.G's como pontos de conservação não apenas da tradição e historia do RS, mas também como alicerce dos grande latifundiários. Achava que era implicância de minha parte. Belo post como sempre.

    Abraço Marcelo Caju.

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