domingo, 2 de outubro de 2011

Viva Gisele

       Recém lançada, a campanha publicitária "Hope ensina" já foi tirada do ar pelo Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar). Nessa campanha (que conta com comerciais de tevê e anúncios impressos) a famosíssima modelo gaúcha Gisele Bünchen interpreta uma mulher que, em pelo menos três diferentes situações, vê-se na contingência de dar ao marido notícias não muito animadoras. Para tanto, tem duas alternativas: a errada (convencionalmente vestida); e a correta - de acordo com a empresa anunciante - (vestindo apenas peças sumárias de lingerie).
       Conforme o Conar, a campanha tem "conteúdo sexista", discriminando "o indivíduo por seu gênero".
       A Secretaria de Políticas para Mulheres (órgão do Governo Federal), aplaudiu a decisão do Conar, afirmando que "a propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para desconstituir práticas e pensamentos sexistas".
       Em artigo publicado na Zero Hora de quinta-feira (29/9), a socióloga Lícia Peres tratou do assunto, dizendo: "Como era de se esperar, o movimento de mulheres vem se manifestando através de mensagens de repúdio que chegam através da Rede Feminista de Saúde - uma articulação nacional comprometida com a transformação da sociedade. Tempos convicção de que o respeito e a garantia dos direitos da mulher são requisitos da democracia.". E concluiu: "Além de reducionista, tal campanha é altamente discriminatória. Infantiliza a figura feminina, reforça estereótipos que o cotidiano das mulheres desmente. Está totalmente na contramão da História e da contemporaneidade.".
       Bobagem! Mais uma grande bobagem  numa  época em que nos é exigido comportamento "politicamente correto". Nada mais hipócrita do que esse policiamento que nos é imposto em nome de um "bom tom" absolutamente artificial. 
       Pretender controlar a graça, a brincadeira, o humor é agir de maneira fascista. A censura é uma prática fascista. Deixem que a gente decida se a Gisele está engraçada na propaganda (linda ela sempre está!) e se, por isso, deve-se comprar as calcinhas que ela veste.

  
       A propósito, no http://www.autoretratopedro.blogspot.com/ o Pedro Jaime escreveu: "o mundo precisa de maior irreverência exatamente para combater a mediocridade. A presença de espírito é tudo, ela serve, inclusive, para chamar a atenção de situações que necessitam ser alteradas." Ótimo texto, que deve ser lido.

4 comentários:

  1. Obrigado pela referência, Aldyr, e,
    cá p/nós, foi nesses comerciais da Hope que vi, por segunda vez, alguma graça na Gisele (a primeira foi naqueles da Sky, onde ela também está politicamente incorreta - num está submissa, lavando o chão, e, no outro, enganando o marido, depois de "receber" alguém em casa) já que linda, como bem escreves, la bunchen sempre está.
    Por essas e outras - pela "nova ordem" e pelo "politicamente correto" - é que uma ocasião eu escrevi: "só espero que o dia em que a gente seja obrigado a dar a bunda, eu já esteja morto".
    Do jeito que está, sei não, sei não...
    Abço.
    Pedro

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  2. realmente é uma bobagem essa decisão, pois apenas demonstra a realidade: os homens pensam com os baixios, e as mulheres, ardilosas, dominam tudo. É impressionante como perdem tempo e dinheiro com bobagens. da anônima sandra

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  3. a propósito: de quem é a censura neste blog???? ah, da Fer!!!!!

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