Oscar Emygdio Garcia, o Oscarzinho, foi goleiro do Cruzeiro de Jaguarão na primeira metade do século passado. Era da época em que goleiro jogava com pulover de lã, boina e joelheiras, mas sem luvas. Irmão mais novo da minha avó Maria, tio do meu pai, era meu tio-avô. Como sempre foi chamado de Tato pelo meu pai, para mim, meus irmãos e primos, virou, naturalmente, o Tio Tato. Segundo a lenda familiar (e jaguarense), jogava muito bem: era ágil e destemido. Consta que quase foi parar no Grêmio (isso eu não tenho certeza se de fato ouvi contarem quando criança ou se somente faz parte do meu imaginário).
Além disso (e de ser ótimo nadador), Tio Tato foi o maior contador de histórias que conheci. Tinha uma facilidade impressionante para narrar fatos. Fazia-o com uma riqueza tal de detalhes que a gente se sentia, nessas ocasiões, como se estisse vendo um filme (e em 3D, com Sensurround!!!). Daí porque evidente a influência que teve na literatura de meu pai, que se criou ouvindo (e, de certo modo, "vendo") os causos e epopéias contados pelo tio. Interessante que, ao contrário do velho Schlee, o Tato sempre teve horror aos castelhanos, seus eternos rivais nos carecas campos de futebol do lado de cá e do lado de lá do Rio Jaguarão.
Tive em mãos ontem, pela primeira vez, essa "figurinha" do Tato que ilustra a postagem, desenhada em um cartão grosso pelo pai há quase 70 anos (sendo, portanto, anterior ao famoso desenho do Carlyle envergando o uniforme "canarinho"). Estava, esses anos todos, guardada entre os documentos da vó.
Como o próprio Tato, trata-se de uma relíquia familiar.
O Tato é uma lenda, conheci pessoalmente, o desenho do rosto e do corpo são completamente fiéis à minha memória.
ResponderExcluirDeve ser um dos primeiros desenhos do Schlee.
Já saiu no VG, Aldyr:
ResponderExcluirhttp://velhaguardacarloskluwe.blogspot.com.br/2012/09/nosso-craque.html
Mas afinal, quem era o tio Tontom? Era o mesmo Tato? E qual deles tinha o quarto assombrado?
ResponderExcluirO Tio Tontom e o Tio Tato, assim como a Danda, eram irmãos da Vó Maria. O Tio Tato era o caçula. O Tio Tontom não tinha "quarto assombrado". O tal quarto ficou assombrado depois que nele o Tio Tontom foi (arrepio) velado. Pergunta para o Alexandre...
ResponderExcluirO Oscarzinho aparece no meu livro (O "Clássico" - Uma história de paixão), referência do velho Aldyr, é claro, em duelos memoráveis contra o extraordinário time que o E. C. Arroio Grande montou nas décadas de 40 e 50 do século passado.
ResponderExcluirDizem que era ótimo goleiro e, parece, até penalti batido pelo Agapito (ou pelo Ari, nosso grande ponta-esquerda) teria defendido.
O Sérgio Papagaio - avante do G. E. Internacional - também lembra dele; confirma a categoria no golo e acrescenta que era elegante e meio marrento também.
A memória (dos protagonistas) é o nosso 16 mm.
Abraço,
Pedro