quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Limpa com jornal...


Peru
 
Aqui em casa, o desafio é saber quanto tempo durará o peru. Costumamos recber gente para jantar na véspera do Natal, mas mesmo com a  ajuda de amigos e familiares, nunca conseguimos liquidar o peru de uma vez só. Sempre sobra peru para o dia seguintre, e o dia seguinte, e o dia seguinte... Às vezes, chega o Ano Novo e nós ainda estamos comendo o peru do Natal.
 
Nada nos restos do bicho lembra a majestosa ave que saiu do forno dias antes, cheia de si e de sarrabulho. Sua última aparição na mesa costuma ser na forma de tiras de carne branca ou escura misturadas com arroz, um melancólico risoto de despedida. Adeus, até que enfim, peru. Mas sempre há a possibilidade de que ele ainda volte à mesa como croquetes.
 
Uma vez fizemos uma contagem e descobrimos que havia mais judeus do que cristãos ou góis e ateus no nosso jantar de Natal. Mas nem o esforço concentrado de povos irmãos pode acabar com o peru numa única noite.
 
Já se cogitou comprar um peru menor, ou substituir o peru por outra coisa. Mas por que ir contra uma tradição familiar?
 
E, afinal, o Natal vem só uma vez por ano.
 
Graças a Deus.
 
BF: a tira é do Laerte e a crônica é do Veríssimo. Ambas publicadas hoje na Zero Hora. Geniais!

Um comentário:

  1. Natal é a data mais chata que se tem notícia no mundo, dentro da minha cabeça. Panetone ou peru, azia ou as musiquinhas, lembranças dos que não estão mais ou rivotril, incluam-me fora dessa.

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