Neste momento em que o Papa visita o Brasil, a mim parece que está todo mundo meio que em transe. Loucura geral atrás do "Supra Sumo Pontífice". Jovens de todas as partes do mundo, sorridentes, sob chuva, cantando hinos simplórios e louvando Nossa Senhora e o diabo-a-quatro (força de expressão, é claro). Todos prometendo que somente experimentarão sexo depois do casamento e baboseiras tais quais essa.
Já vinha observando, nos jogos decisivos do Atlético pela Copa Libertadores, as imagens dos torcedores presentes no estádio mineiro a rezar convulsivamente, seguindo o patético exemplo do técnico do time, o Cuca (que ficava beijando um rosário, um escapulário ou um patuá dessa natureza nos momentos mais decisivos dos jogos). Aliás, na expectativa de agradar ao Divino - e, com isso, ser automaticamente beneficiado na Terra - Cuca vestia uma camiseta preta com a estampa da Virgem Maria no peito.
Hoje li uma postagem no Facebook em que alguém agradecia a Deus pelo fato de dispor de uma casa quentinha, roupas e cobertas aconchegantes, além de uma família para protegê-la.
Beleza! Thank God! Então tudo é uma questão de individualidade. Se eu abanar para o Papa tudo vai dar certo para mim. Se eu pedir "com fé", vou patrolar meus adversários. E, evidente, vencerei o inverno com calorzinho em casa.
E os outros, negadinha? Os que fizerem sexo antes do casamento (mesmo que isso não tenha atrapalhado a cerimônia)? Os paraguaios que jogaram contra o Atlético do Cuca? E os que sentem frio, os sem-lareira? Deus é ruinzinho com eles, né?
Põe ruinzão nisso, Aldyr, além do juiz que não mandou repetir o penalti, depois da corrida do Vitor em direção à bola.
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