Houve uma época em que eu pensava assim: "estudei toda minha vida no Santa Margarida". Claro, a minha perspectiva era de quem tinha menos de duas décadas de existência. Então, os onze anos (da 1ª Série do Primário à 3ª do 2º Grau) em que estudei no colégio verde e branco da Anchieta eram, pelo menos, "a maior parte da minha vida".
Foi lá que tive minha única experiência com a música. Não com o gosto por ouvir música, que eu nem tinha quando criança e adolescente. Mas a experiência de cantar (ou tentar cantar). Foi no tempo que o colégio mantinha seu orfeão, ou seja, um grande coral, composto pelos alunos todos, dos mais novos aos mais velhos, sob o comando da inesquecível professora Eunice Lamego.
Dona Eunice era uma figura pequeninha, frágil, mas que impunha respeito aos alunos que lotavam, duas vezes por semana, o auditório. Sob o comando dela aprendemos todos os hinos possíveis - do nacional, evidentemente, ao do Santa Margarida (que até hoje me arrepia e que começava com os versos "Aos acelos da glória e da alegria/a dominar os corações e a mente/percorremos a estrada que nos guia/a ciência e a verdade onipotente". Também cantávamos os hits ufanistas de então, como "Eu te amo, meu Brasil" e "Este é um país que vai para a frente" (estávamos em plena ditadura militar!), músicas do Roberto Carlos ("Debaixo dos caracóis dos seus cabelos" e "Jesus Cristo") e coisas do folclore ("Balaio", "Coco Peneruê). Ah, pelo menos uma gospel, em inglês, que falava da travessia do River of Jordan (!) e, por incrível que pareça, num colégio ligado à Igreja Anglicana, uma música que perguntava: "quem é esse cacique/glorioso e guerreiro/é Oxossi em seu cavalo/com seu chapéu de banda"... e lá iam as vozes da gurizada, uníssonas: "é de Aruanda-ê/é de Aruanda-á". Puro sincretismo!
Acima, nosso orfeão, numa pausa do ensaio.
Quase todos os que são identificáveis na fotografia pertenciam à quinta série do nosso saudoso Margarida.
O ano: 1971!
De frente, olhando para o "retratista": Maria Brasília (nasceu no dia da fundação da "nova" Capital Federal), Ivan Medeiros (nosso regente-mirim, que hoje se assina Iwan), Luciano Piltcher (envergando o uniforme da escola), Victor de Paula Palombo (tenho notícia de que virou militar) e um menino mais novo, cujo nome não lembro. Na segunda fileira: Fani Lewin (tem loja de produtos Hering na Osório), Lourdes Helena Pereló (era nossa vizinha; encontro de vez em quando, no súper), Ana Lúcia Guimarães (a filha do diretor, Rev. Eloí), Miriamar Barcelos (nunca mais vi), Marcel Power de Oliveira (é psicólogo, acho) e Dulce Rosane Timm (filha do Rudi, que trabalhava no colégio). Mais atrás, Walter Edemar Pottin (o CDF da turma), eu e Álvaro "Gordorréia" (já falecido). Bem no cantinho, à direita, a prima Claudia Schlee Gomes (que, como o Álvaro, não era da minha aula).
Ei, eu acho que, na época da foto, eu ainda não era teu colega. Mas lembro muito bem da dona Eunice, com o diapasão...
ResponderExcluirMeu amigo, tu já tentou dar um salto mortal de costas? É muito perigoso e pode ter consequências irreversíveis.O Marcos Nanini, parece, está treinando este movimento...
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/11/britanico-diz-que-derrame-o-fez-largar-noiva-e-virar-gay.html
Pois é, Sergio. Eu fiquei em dúvida, agora, se essa foto é de 70 ou 71. Quando vieste para o Santa Margarida, na 4ª ou na 5ª Série? Tua resposta matará a charada...
ResponderExcluirAldyr não virei militar, acho que na 4ª série o Luciano não era nosso colega, estou em Porto Alegre, aqui encontrei uma colega nossa a Eliete Leal, lembras dela? Se tiveres mais foto gostaria de ver. E o resto do pessoal? Abraço!
ResponderExcluirBF: Que legal! Não sei de onde tirei que o Victortinha "virado" militar. Duas boas notícias, então: o reencontro destes dois velhos através do BF e... do Vitinho não ter "virado" milico! Saudades dos velhos tempos e dos velhos amigos margaridenses! Tomara que a Eliete também faça contato.
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