Alguém se lembra de um "afresco" (epa!) que existia na parede dos fundos da finada pastelaria Estrela do Mar, lá na beira da praia do Laranjal? E de outro, na parede lateral, do lado direito, ao alto, no restaurante Cruz de Malta (o da Avenida)?
Na pastelaria, pintada à óleo, reinava incólume - anos a fio - a figura de uma banhista, de biquíni, sentada lateralmente sob uma árvore do balneário. Uma das pernas da moça estava estendida e outra encolhida. Pobrezinha, será que mantinha aquela perna encolhida por que, se a estendesse, teria quase o dobro do comprimento da outra?
Já no Cruz de Malta, a bucólica cena, também pintada em vivas cores de tinta à óleo, tinha no centro um gaúcho sentado em um toco, cortando com sua afiada faca algo que pendia da própria boca. Seria um naco de churrasco ou sua guasca língua?
Nenhuma das duas pinturas sobreviveu ao tempo. Aliás, nem mesmo o sobrado da pastelaria resistiu (foi substituído por uma casa modernosa, recentemente). O Cruz de Malta ainda está aí, bravamente, porém, quando, há alguns anos, houve a troca de seus proprietários, o prédio teve seu interior "repaginado" (o que começou com a "monocromatização" das paredes).
Os mistérios ficarão para sempre na memória de quem cresceu vendo aquelas singelas obras (de autoria do Julinho dos Anjos, reza a lenda). Ninguém as fotografou (celulares com câmeras digitais não foram contemporâneos da claudicante veranista e do gaúcho autofágico).
Aldyr, eu já fotografei, por precaução, o "mapa" pintado na fachada da "lancheria" do posto do Curral Alto, na BR 471, que mostra o trajeto de Montevidéu a Brasília...
ResponderExcluirGostei do estilo " bucólico-grotesco" - das palavras e do tordilho assustado.
ResponderExcluirGosto muito do blog todo.
Cruz de Malta, esquina do Maninho, Siqueira, Claudiomiro...
ResponderExcluirNão, Ângelo, o Cruz em "questã" é o da Av. Bento Gonçalves, do outro lado do Altar da Pátria. Acho que teu pai era frequentador.
ExcluirAh! claro, o velho "Cruz" de guerra, não só o pai como a mãe também frequentava, apreciadores de certos pratos que só lá eram feitos.
ResponderExcluirUm restaurante grande, sempre movimentado, eu gostava do filé de peixe frito, não havia um lugar para comer em Pelotas, Porto Alegre ou Rio que o pai não conhecesse o dono, do qual sempre ganhava uma cadeira cativa.
Um gourmet nada anônimo, não aceitava minha barra de chocolate no bolso para livrar-me da síndrome de abstinência.
Eu confundi com um bar na 15 de novembro, não sei o porquê, talvez
influência do "Clube da Esquina".