sexta-feira, 31 de maio de 2013

Constatação

Que coisa interessante! Na mais que cinquentenária fotografia apareço redigindo as primeiras postagens do - então - Bipolarzinho Flexível. Na época, é possível constatar, eu datilografafa com os dez dedos. Ao longo do tempo, é certo, fui perdendo essa destreza natural. Hoje uso o indicador da mão direita para digitar meus textos (o irmão dele, da mão esquerda, presta-se - quanto muito - para comandar os espaços entre as palavras).

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Ê, meu amigo Charlie Brown

"Adorava receber os amigos e assar o seu famoso churrasco ao som de Benito di Paula, cujas músicas admirava."

Parte de um necrológico publicado na ZH de domingo passado. Pô, sacanearam o "de cujus"!

Nude

Grande sucesso fez a cantora Alcione - a Marrom - nas suas duas apresentações em Pelotas. Seus shows aconteceram nas noites de sexta e sábado passados, em um Teatro Guarany abarrotado.

Quem lá esteve (eu não) contou que Marrom mostrou-se muito simpática com o público e a imprensa. Evitou a todo custo, porém, duas coisas: tocar trompete e comentar a respeito de seu filho (que teve quando era muito jovem, lá no Maranhão).  

Poucos, aliás, são os que sabem disso, bem como lembram que o rapaz, José Alcides (o Marronzinho), aventurou-se na política, chegando mesmo a concorrer à Presidência da República naquele fantástico pleito de 1989 - a primeira eleição direta para o supremo cargo executivo após mais de duas décadas de ditadura e um governo-tampão de José Sarney (conterrâneo de Alcione, diga-se de passagem).

Marronzinho, pelo Partido Social Progressista (PSP), foi um dos 22 concorrentes (ou 23, se contado Silvio Santos, cuja candidatura foi abortada pelo TSE). Conseguiu 238.425 votos (0,33% do total) ficando em 13º lugar. Como está registrado na história, Collor de Melo foi eleito naquela ocasião... e deu no que deu.

Consta que, atualmente, marronzinho vive em Osasco (SP) e prega o evangelho sob a alcunha de Jamo Little Brown.


Marronzinho (ou Jamo Little Brown):
"eu sou um negão de tirar o chapéu!"
(ou: "I am a big black man by take the hat off")

domingo, 26 de maio de 2013

Reminiscências

Alguém se lembra de um "afresco" (epa!) que existia na parede dos fundos da finada pastelaria Estrela do Mar, lá na beira da praia do Laranjal? E de outro, na parede lateral, do lado direito, ao alto, no restaurante Cruz de Malta (o da Avenida)?

Na pastelaria, pintada à óleo, reinava incólume - anos a fio - a figura de uma banhista, de biquíni, sentada lateralmente sob uma árvore do balneário. Uma das pernas da moça estava estendida e outra encolhida. Pobrezinha, será que mantinha aquela perna encolhida por que, se a estendesse, teria quase o dobro do comprimento da outra?

Já no Cruz de Malta, a bucólica cena, também pintada em vivas cores de tinta à óleo, tinha no centro um gaúcho sentado em um toco, cortando com sua afiada faca algo que pendia da própria boca. Seria um naco de churrasco ou sua guasca língua?

Nenhuma das duas pinturas sobreviveu ao tempo. Aliás, nem mesmo o sobrado da pastelaria resistiu (foi substituído por uma casa modernosa, recentemente). O Cruz de Malta ainda está aí, bravamente, porém, quando, há alguns anos, houve a troca de seus proprietários, o prédio teve seu interior "repaginado" (o que começou com a "monocromatização" das paredes).

Os mistérios ficarão para sempre na memória de quem cresceu vendo aquelas singelas obras (de autoria do Julinho dos Anjos, reza a lenda). Ninguém as fotografou (celulares com câmeras digitais não foram contemporâneos da claudicante veranista e do gaúcho autofágico).



A precária foto acima foi batida hoje, com a câmera do meu celular.

Captou parcialmente o mural que ainda se encontra decorando parede
de prédio abandonado, na Osório (ao lado da escola de ballet da Dicléia),
onde funcionou o "Bolicho do Gaudério".
Aproxima-se, no estilo bucólico-grotesco, às pinturas rememoradas no texto.
E, como as outras, deixa uma questão no ar: o que terá assustado o tordilho bundudo?  

Schweisteiger!


Recentemente apontada pela revista Forbes
como a mulher mais poderosa do mundo,
Angela Merkel mostra todo o encanto
e a malemolência da mulher germânica.

Dilma vem na colinha dela, pedindo passagem. 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Transparência

UMA COISA EU QUERIA SABER:
QUANTO GANHA O LASIER?

terça-feira, 14 de maio de 2013

Para não dizer que não falei do leite batizado

NOME E SOBRENOME

ar intoxicado
águas lubrificadas
alimentos envenenados
remédios falsificados
gabinetes desinfetados
palavras oficiais 
coliformes fecais

Poesia do Ângelo Alfonsin, no http://aalfonsin.blogspot.com.br ("irresistível inútil")

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Do "almário"

Bomba na NBA: o veterano jogador Jason Collins, de 34 anos, anunciou que é gay. Sua atitude mereceu apoio de vários outros atletas e, até, do ex- presidente norte-americano Bill Clinton.

Com  2,13 m de altura e 115 kg de peso, Jason Collins é, portanto, a verdadeira bichona.

Collins é o 98 (óbvio!)

Perigo na área!

Depois de tomar conhecimento que o cantor Latino comandou um de seus aviões na noite de 28 de abril passado, na rota entre Recife e Rio de janeiro, a TAM demitiu o piloto e o copiloto responsáveis pela cortesia.

A TAM, em comunicado oficial, informou que "veta o ingresso de pessoas não autorizadas à cabine de comando durante o voo e que considera falta grave o desrespeito a essa norma". A assessoria de imprensa da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), responsável pela regulação da aviação civil no Brasil, confirmou que não é permitido o acesso de passageiros em cabines de comando durante voos.

Tudo teria passado em branco, não fosse pelo fato de Latino ter publicado fotos do evento (em que aparece fagueiro, sentado na poltrona do piloto, usando seus fones e até mexendo nos controles da aeronave) no Facebook, via Instagram.


Grande bobagem. Caiu o avião? Não! Então ficou comprovado que o Latino pilota melhor do que canta.

Portanto: anistia, já, para os pilotos injustamente demitidos. Se alguém tem que ser punido é o Latino. Não pela sua competente pilotagem, mas por seus maus antecedentes musicais.

O Barcelona precisa vender o Messi (por Cristian Costa*)


Não conhece nada da história do Futbol Club Barcelona ou da Catalunha, região onde fica a cidade de Barcelona? Então te fode porque não vou te explicar. Tu só tem que saber o seguinte: a Catalunha é a região mais rica da Espanha; sofreu inúmeras represálias durante a ditadura do General Franco, entre 1939 e 1975; grande parte do seus habitantes defendem a independência; e o Barcelona é o maior símbolo desta luta.

Em 2010, uma pesquisa realizada pela empresa alemã Sport+Markt concluiu que a torcida do Barcelona é a maior da Europa, contando com cerca de 57,8 milhões de pessoas. Muitos deles motivados pela história libertária do clube, ou por compartilhar das ideias de independência dos seus diretores e mais fiéis torcedores, quem sabe por entenderem que uma das poucas resistências a ditadura espanhola acontecia nos jogos do clube - no Camp Nou às vozes contra Franco não podiam ser silenciadas.

Em todos os jogos do time em casa, exatamente aos 17 minutos e 14 segundos do jogo, os torcedores presentes cantam em coro para pedir a separação da Catalunha. O horário faz referência ao ano de 1714, quando um levante catalão foi sufocado pela monarquia na Espanha. 

Mas tudo isso está acabando. Os simpatizantes do Barcelona cresceram muito nos últimos quatro anos – sua marca é uma das mais conhecidas do planeta. O General Ustra no seu depoimento na Comissão da Verdade estampava uma camiseta com o símbolo da Catalunha livre. Fascistas nórdicos, que apoiaram a Croácia na Guerra Civil da antiga Iugoslávia, são sócios do clube e fundaram uma torcida anti Real Madrid em Oslo, Estocolmo e Copenhague. 

Fundamentalistas sauditas, sírios e iranianos gastam milhões só para acompanhar seus treinos de pré-temporada no Catar ou nos Emirados Árabes Unidos. Empresários liberais norte-americanos investem no soccer só para ter o prazer de ver o Barça jogar uma partida oficial em seu território.
Mas nenhum deles conhece a história do Barcelona ou da Catalunha, eles torcem para o time do Messi. É fato: a história milenar da Catalunha e a centenária do Barcelona se esfarelam quando o baixinho argentino entra em campo. 

Bilhões de pessoas acompanham os jogos do time do menino de Rosário via TV ou internet apenas esperando seus gols. Se o Barcelona ganhar: melhor. Porém, ninguém está interessado no resultado, estão apenas interessado em saber quantos gols o Messi anotou. 

Eu mesmo sou um fanático por futebol. Sei até a escalação do Bangu Atlético Clube de cor (Getúlio, Celsonill, Raphael, Carlos e Renan; Gabrie, Mayaro, Marcos e Gilmar; Sérgio e Hugo). Entretanto, não sei um nome sequer do time do Barcelona. Fora o do Messi, óbvio. 

Parece que têm dois brasileiros nas laterais. Um zagueiro que divide seu coração entre atacantes suecos e dançarinas colombianas. Um outro zagueiro crespo e mal encarado. No meio impera uns baixinhos carecas (todos poderiam ser meus irmãos) e dois magrelos com cara de estudantes secundaristas ativistas da UNE. Na frente, um chileno (não sei se é o Marcelo Salas ou o Ivan Zamorano), um cara com nome de apóstolo e outro de herói bíblico.

Aqui em casa é um bom exemplo. Nunca torci para o time do Barcelona até o surgimento do argentino. Na Espanha meu time predileto era o Albacete. Como não tenho televisão acompanho todos os jogos via internet através de Live Scores. Quando sai um gol do Barcelona já entro no jogo ansioso, mal consigo respirar, pra descobrir o autor. Se o tento é do Messi, a felicidade toma conta. Abro uma ceva. Arranco a roupa da minha namorada e a gente faz quatro minutos maravilhosos dos mais puros sexo selvagem. 

Se o Messi anotar vários gols (tipo três ou quatro), como acontece periodicamente, aí vira putaria. Tomo logo uma caixa de cerveja e o sexo com a minha namorada dura sete minutos – sem parada pra descanso. 

Agora se o Barcelona joga e não tem gol do Messi, como ontem na vitória sem graça sobre o Alético de Madrid, tomo, no máximo, um copo de leite da marca Bom Gosto e a cena mais sexual que me vem a mente é uma bela partida de canastra entre a rainha Elisabeth e a Madre Teresa de Calcutá. 

Na real, só escrevi esses quatro mil e quarenta e seis caracteres com espaço para tentar dizer o óbvio. Se o Barcelona quiser continuar a ser Mais que um Clube tem que vender, doar, se desfazer, do argentino urgentemente. Porque corre o risco de ter toda a sua história resumida a uma frase: Barcelona, o time onde o Messi jogou. 


* Publicado hoje, no errandoacavada.blogspot.com.br. Cristian é jornalista, gremista e botonista. Nasceu em Alegrete, passou a adolescência em Rio Grande e desfruta sua velhice na Cidade Baixa, em Porto Alegre.