terça-feira, 23 de abril de 2013

Sem título (para quê?)

Fotografia do Alexandre Schlee Gomes

segunda-feira, 15 de abril de 2013

O Alcides

Do lado da nossa casa, na Barão de Butuí, moravam o Seu Ari e a Dona Leci. Gente boa (costumávamos usar o telefone deles, já que lá em casa não havia a invenção do Graham Bell). Um belo dia o Seu Ari - que tinha açougue no Mercado e era Xavante doente - ganhou um cachorro: o Alcides. O Alcides era um boxer (ou "dava os ares" de ser um boxer). Dona Leci afirmava: "é 'box', mas parece 'bordogue'". O Alcides já era velhinho e claramente tinha algum problema neurológico, pois ficava sempre com a cabeça ladeada, olhando triste, meio de revesgueio, com as orelhas assim como descompassadas. E não latia! Emitia, porém, um som muito estranho: em vez de uivar, clamava "Meeeeu Deeeus do céu!" Muito estranho aquele Alcides... 

O amiguinho acima NÃO É o Alcides
Trata-se de figura meramente ilustrativa
(como os hambúrgueres que aparecem nas propagandas do McDonald's)

Danem-se

No dia 11 de setembro de 2001 eu estava às voltas com a inspeção anual da Corregedoria. Como exigia a visita, eu vestia terno e gravata. O Foro ainda funcionava lá no centro, na esquina da Sete com a Félix da Cunha. Quando me vi livre daquela chateação funcional, ao aproximar-me do meu carro ali perto do (então) prédio do Jockey Clube, fui interceptado pelo Mogango (gigantesco guardador de carros que detém, até hoje, a "jurisdição" sobre aquela área). Ele: "- Schlee, estão bombardeando os Estados Unidos!"

Hoje, 15 de abril de 2013, saindo do Foro "novo", em plena Ferreira Viana, ouvi na RU a notícia de que, durante a realização de uma maratona, duas explosões causaram mortos e feridos no centro de Boston. A possibilidade de que tenham decorrido de atentados a bomba causou pânico nos yankees. Felizmente, como não havia corregedores por aqui, eu não estava engravatado. 

sábado, 13 de abril de 2013

Ministério da Saúde adverte:


OS PEITO É BOM E EU GOSTO!

Advertência publicada no Avantajado Livro de Pensamentos do Casseta e Planeta
(antes, é claro, da definitiva "Globalização" do pessoal)

Já o Hulk sustentando o(s) objeto(s) do "pensamento", achei no
maravilhoso mundo do Google, sem créditos...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O nome feio (Luis Fernando Verissimo)*

No meu tempo... Parênteses: sempre que um cronista começa a crônica com “no meu tempo” significa que está sentimentalizando sua velhice para não precisar lamentá-la, o que não interessaria a ninguém. No meu tempo, como eu dizia quando me interrompi tão rudemente, ler ou ouvir um “nome feio” fora de contexto era sempre uma felicidade.

Me lembro da minha surpresa ao descobrir que havia nomes feios nos dicionários. Agradávamos aos nossos pais, dando a impressão de que fazíamos uma pesquisa etimológica séria no dicionário, quando na verdade estávamos procurando “bunda”. No meu tempo, entre parênteses, “bunda” era nome feio.

Em Porto Alegre, há muitos anos, existia uma loja chamada Casa Carvalho. O nome da loja aparecia em letras aplicadas à sua fachada e, dependendo da sua faixa etária e da sua disposição para pensar em bobagem, você ou pertencia ao grupo que vivia em alegre expectativa do dia em que o “v” de “Carvalho” caísse, ou ao grupo mais velho que vivia em sobressalto com a possibilidade de isto ocorrer.

Que eu me lembre, o desejado ou temido nunca aconteceu e a loja chegou ao fim dos seus dias com o “Carvalho” intacto. Mas, durante toda a sua existência, apenas aquele pequeno detalhe separou o estabelecimento do vexame e a cidade de um abalo moral.

No Rio, entre Copacabana e Ipanema, existe uma rua que eu já ouvi ser chamada de “Quase, quase”. Trata-se da Bulhões de Carvalho, que depende apenas de uma letra para deixar de ser um nome de família e se transformar numa raridade anatômica. No meu tempo isto seria motivo para muita risada, mas como hoje não existe mais “nome feio”, e até em conversa de criança palavrão é usado como pontuação, perdeu a graça.

Posso imaginar um avô atual chamando a atenção do neto para a consequência de um único erro de grafia no nome da rua e o neto fazendo uma cara de “Me poupe”.

Eu e o hipotético avô acima pertencemos à última geração que espantou o Condor, o que explica nossa ingenuidade. Na apresentação dos filmes da distribuidora Condor aparecia um pássaro condor na beira de um precipício pensando em alçar voo, e era comum, era quase obrigatório, a plateia espantar o condor, que sem este incentivo jamais voaria.

Nunca mais se espantou o condor, se é que o condor ainda existe. Olha aí, acabei me lamentando.

*Crônica publicada na ZH, semana passada.

Testemunho biopolariano:

Todos éramos mais simplórios mesmo. No meu tempo de Santa Margarida chegamos, eu e um bando de colegas, a ir ao centro contemplar, aos risos, a obra de alguém que alterou o letreiro de uma carrocinha de pipocas, puxando uma perninha na letra pe da segunda sílaba da Pipoquinha do Jesus. Minha filha, hoje, me diria, se a ela contasse essa história: "tá, e daí?".
Naquela época também passei pela incrível experiência de descobrir "nomes feios" no dicionário. Bah, estava "tudo" lá, no velho Aurélio arredondado nos cantos e cheio de orelhas. "Merda"... estava lá! "Puta", estava! "Cu", também estava, e sem acento! "Boceta"! Opa, "boceta"? Como assim? Não é bu?
Vivendo e aprendendo! Aliás, defendo a ideia de que, como a língua é um ser vivo, os "nomes feios" deveriam, na forma escrita, seguir a forma através da qual são (foram e sempre serão) verbalizados. Então, cu tem que ser grafado, por razão enfática, com acento agudo: "cú"! E buceta jamais terá graça se for "boceta"! Afinal, pode-se admitir que alguém, deseje, seriamente, que o outro vá se "foder"?

Baronesa Thatcher

Charge do Edgar Vasques, no DP de ontem.
Precisão cirúrgica.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Fonte Nova


Sapatão
Palco de jogos da próxima Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014, foi inaugurada a "nova" Fonte Nova, em Salvador.

No domingo passado, antes do clássico soteropolitano, ocorreu a festa que reuniu um punhado de celebridades baianas. Cerca de quarenta mil torcedores acompanharam Ivete Sangalo entoar o hino do Vitória, cabendo a Cláudia Leite cantar o do "Bahêa".


Muito sentida foi a ausência de Daniela Mercury durante os festejos. Ouvida a respeito do forfait, justificou-se, dizendo que há muito não acompanha futebol. Confidenciou, no entanto, que é tricolor e que, quando jovem, era admiradora do imortal zagueiro cuja figurinha abrilhanta a postagem.